{"id":99270,"date":"2020-04-15T09:29:51","date_gmt":"2020-04-15T12:29:51","guid":{"rendered":"https:\/\/www.maissantos.com.br\/?p=99270"},"modified":"2020-04-15T09:29:51","modified_gmt":"2020-04-15T12:29:51","slug":"coronavirus-provoca-nova-queda-em-portos-do-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.maissantos.com.br\/santos\/santos-porto\/coronavirus-provoca-nova-queda-em-portos-do-brasil\/","title":{"rendered":"Coronav\u00edrus provoca nova queda em portos do Brasil"},"content":{"rendered":"

Os terminais portu\u00e1rios e empresas de navega\u00e7\u00e3o j\u00e1 come\u00e7am a enfrentar a segunda etapa da crise provocada pela pandemia do coronav\u00edrus. Se em um primeiro momento a queda na movimenta\u00e7\u00e3o de cargas ocorreu pela paralisa\u00e7\u00e3o na China, agora, \u00e9 o Brasil e a Europa que sofrem os efeitos do isolamento social.<\/p>\n

Nas pr\u00f3ximas semanas, as viagens da China para o Brasil dever\u00e3o voltar a ter cancelamentos – justamente quando as importa\u00e7\u00f5es voltavam ao normal, com a retomada gradativa das atividades no pa\u00eds asi\u00e1tico.<\/p>\n

H\u00e1 previs\u00e3o de viagens suspensas para ao menos as pr\u00f3ximas tr\u00eas semanas, afirma Luigi Ferrini, vice-presidente no Brasil da empresa de navega\u00e7\u00e3o Hapag-Lloyd. O executivo tamb\u00e9m j\u00e1 percebe uma queda na taxa de ocupa\u00e7\u00e3o dos navios que est\u00e3o saindo da China para o Brasil.<\/p>\n

O motivo principal, segundo ele, \u00e9 a retra\u00e7\u00e3o na demanda brasileira, provocada pelo fechamento de f\u00e1bricas e lojas no pa\u00eds.<\/p>\n

A oscila\u00e7\u00e3o cambial das \u00faltimas semanas tamb\u00e9m tem sido um freio para as importa\u00e7\u00f5es, avalia Ricardo Arten, presidente da Brasil Terminal Portu\u00e1rio (BTP), um dos maiores operadores de cont\u00eaineres em Santos.<\/p>\n

Al\u00e9m do d\u00f3lar caro, h\u00e1 um fator de incerteza: como as viagens chegam a durar at\u00e9 um m\u00eas, no caso da China, \u00e9 dif\u00edcil prever qual ser\u00e1 o c\u00e2mbio quando a carga encomendada atracar no Brasil, o que gera inseguran\u00e7a.<\/p>\n

\u201c\u00c9 uma soma de fatores que desestimulam a importa\u00e7\u00e3o. \u00c9 dif\u00edcil dimensionar o quanto \u00e9 pela queda da demanda no Brasil, o quanto \u00e9 pelo c\u00e2mbio alto\u201d, afirma o executivo do terminal.<\/p>\n

As incertezas j\u00e1 come\u00e7am a se refletir no pre\u00e7o do frete de cont\u00eaineres na rota Xangai-Porto de Santos (SP). Entre o dia 27 de mar\u00e7o e o dia 3 de abril, houve uma diminui\u00e7\u00e3o de 15% no valor, para US$ 1.114 por TEU (unidade equivalente a 20 p\u00e9s), segundo dados do Shanghai Containerized Freight Index.<\/p>\n

Para as pr\u00f3ximas semanas, j\u00e1 h\u00e1 proje\u00e7\u00f5es de que o pre\u00e7o do frete nessa rota cair\u00e1 ainda mais, para abaixo dos US$ 1.000 por TEU, segundo fontes.<\/p>\n

\u201cApesar da utiliza\u00e7\u00e3o m\u00e9dia dos navios dessa rota ainda demonstrar n\u00edveis satisfat\u00f3rios, a demanda para as pr\u00f3ximas semanas pode estar desacelerando. Resta agora dimensionar a profundidade e a dura\u00e7\u00e3o dessa queda\u201d, avalia Leandro Barreto, s\u00f3cio da consultoria Solve Shipping.<\/p>\n

No caso das importa\u00e7\u00f5es vindas da Europa, tamb\u00e9m h\u00e1 uma redu\u00e7\u00e3o na movimenta\u00e7\u00e3o, mas em patamar muito menor do que a queda vista no auge da epidemia na China.<\/p>\n

At\u00e9 agora n\u00e3o h\u00e1 registros de viagens suspensas, mas o volume de carga vinda de alguns dos pa\u00edses do continente, como a Espanha, j\u00e1 deu sinais de retra\u00e7\u00e3o, segundo um operador.<\/p>\n

No m\u00eas de mar\u00e7o, foram registradas quedas significativas dessas cargas nos portos de Santos (SP), Itaja\u00ed (SC), Navegantes (SC) e Suape (PE), segundo dados da Logcomex.<\/p>\n

A previs\u00e3o \u00e9 que a situa\u00e7\u00e3o se agrave em abril. Para a BTP, a previs\u00e3o \u00e9 de uma queda de 40% nos volumes de importa\u00e7\u00e3o da Europa neste m\u00eas, embora, em maio, j\u00e1 se espere uma pequena recupera\u00e7\u00e3o. A perspectiva \u00e9 negativa tanto para os navios que partem do Mediterr\u00e2neo quanto para os que v\u00eam do Norte do continente.<\/p>\n

Para Arten, \u00e9 dif\u00edcil analisar as causas e impactos dessa retra\u00e7\u00e3o vinda da Europa, porque muitos dos portos da regi\u00e3o s\u00e3o polos, nos quais h\u00e1 transbordo de cargas vindas de outras partes do mundo – ou seja, pode ser que as importa\u00e7\u00f5es que deixaram que vir sejam de outros pa\u00edses n\u00e3o europeus, diz ele.<\/p>\n

Se o cen\u00e1rio para importa\u00e7\u00f5es \u00e9 de retra\u00e7\u00e3o, as exporta\u00e7\u00f5es brasileiras seguem fortes, impulsionadas pela safra recorde de gr\u00e3os e pelo d\u00f3lar alto, que tem compensado problemas log\u00edsticos.<\/p>\n

Ajuda o fato de a carga exportada pelo pa\u00eds ser basicamente de alimentos, por se tratar de um consumo mais resistente, avalia Barreto, da Solve Shipping.<\/p>\n

\u201cN\u00e3o quer dizer, por\u00e9m, que n\u00e3o haver\u00e1 impacto no consumo de regi\u00f5es na Europa ou nos Estados Unidos\u201d, diz ele. A avalia\u00e7\u00e3o \u00e9 que dentro de uma a duas semanas devam aparecer impactos.<\/p>\n

Outro problema que pode voltar a prejudicar as exporta\u00e7\u00f5es \u00e9 a falta de cont\u00eaineres no Brasil, que tende a se agravar novamente com a perspectiva de novos cancelamentos de viagens entre China e Brasil.<\/p>\n

A escassez dos equipamentos, principalmente os refrigerados (que transportam carnes, frutas etc), se tornou um entrave h\u00e1 algumas semanas, devido \u00e0 paralisa\u00e7\u00e3o das atividades na China – que levou a um ac\u00famulo de cont\u00eaineres na \u00c1sia e uma consequente falta no resto do mundo.<\/p>\n

O problema vinha sendo solucionado nas \u00faltimas semanas. Com a retomada das viagens da China, n\u00e3o apenas a carga voltou a fluir, como embarca\u00e7\u00f5es adicionais vinham sendo enviadas, para trazer cont\u00eaineres vazios.<\/p>\n

Agora, com os novos cancelamentos provocados pela crise no Brasil, a escassez volta a ser um temor, diz Ferrini, da Hapag-Lloyd.<\/p>\n

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Fonte: Portos e Navios<\/p>\n

Foto: Rafa Medeiros<\/p>\n<\/span>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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