Um dos motivos apontados pela Confedera\u00e7\u00e3o Nacional do Transporte (CNT) como relevantes para a piora das rodovias brasileiras \u00e9 a m\u00e1 qualidade do asfalto brasileiro. Segundo a entidade, empresas que atuam em obras rodovi\u00e1rias t\u00eam relatado piora na qualidade da mat\u00e9ria-prima deste derivado de petr\u00f3leo\u00a0oferecida no mercado brasileiro.<\/p>\n

Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a situa\u00e7\u00e3o em parte se explica pelo fato de a oferta do produto asf\u00e1ltico ser dominado por apenas uma empresa,\u00a0a Petrobras.<\/p>\n

\u201cAs empresas que compram asfalto para as obras rodovi\u00e1rias t\u00eam reclamado de que a qualidade do produto n\u00e3o \u00e9 boa, e tem piorado a cada ano\u201d, disse ontem (22) Batista ao divulgar a\u00a023\u00aa Pesquisa CNT de Rodovias<\/em>. \u201cO problema \u00e9 que apenas a Petrobras atua nesse mercado, aqui no Brasil\u201d, acrescentou.<\/p>\n

Ap\u00f3s o evento, Batista disse \u00e0\u00a0Ag\u00eancia Brasil<\/strong>\u00a0que medidas como a abertura para empresas estrangeiras n\u00e3o t\u00eam sido suficientes para melhorar a qualidade do cimento asf\u00e1ltico de petr\u00f3leo porque, \u201cquando se abre para a importa\u00e7\u00e3o, a Petrobras baixa o pre\u00e7o [do produto], de forma a inviabilizar a concorr\u00eancia de outras empresas\u201d. De acordo com a CNT, com a falta de concorr\u00eancia o pre\u00e7o do cimento asf\u00e1ltico de petr\u00f3leo tem se mantido alto.<\/p>\n

Em outro estudo, a\u00a0CNT mostra\u00a0os impactos da qualidade do asfalto sobre o transporte rodovi\u00e1rio. A\u00a0entidade denuncia que o pre\u00e7o do asfalto no Brasil acumulou alta de 108% entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019, enquanto o pre\u00e7o do barril de petr\u00f3leo subiu 33%. Em tese, para a confedera\u00e7\u00e3o, a cota\u00e7\u00e3o do cimento asf\u00e1ltico de petr\u00f3leo deveria acompanhar o pre\u00e7o do barril de petr\u00f3leo.<\/p>\n

Ainda segundo a CNT, falta no Brasil uma fiscaliza\u00e7\u00e3o mais eficiente da qualidade do asfalto de suas rodovias. Al\u00e9m disso, falta transpar\u00eancia de dados relativos \u00e0 fiscaliza\u00e7\u00e3o do produto, no que se refere a suas especifica\u00e7\u00f5es e sua distribui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Petrobras<\/p>\n

Em nota, a Petrobras informa que produz e comercializa seus produtos asf\u00e1lticos de acordo as especifica\u00e7\u00f5es estabelecidas pela Ag\u00eancia Nacional de Petr\u00f3leo, G\u00e1s Natural e Biocombust\u00edveis (ANP). Tais especifica\u00e7\u00f5es foram estabelecidas na Resolu\u00e7\u00e3o ANP n\u00ba 19 de 2005.<\/p>\n

“Cumpre esclarecer que certificados de qualidade do produto s\u00e3o fornecidos em todas as vendas de asfaltos realizadas pela Petrobras”, diz o texto.<\/p>\n

A empresa explica ainda que os insumos asf\u00e1lticos s\u00e3o commodities e, portanto, sua precifica\u00e7\u00e3o deve obedecer “\u00e0 l\u00f3gica aplic\u00e1vel a produtos dessa natureza quando comercializados em economias abertas, acompanhando os pre\u00e7os do mercado internacional. Portanto, os pre\u00e7os de venda dos produtos asf\u00e1lticos da Petrobras para as distribuidoras refletem as varia\u00e7\u00f5es do mercado internacional e da taxa de c\u00e2mbio”.<\/p>\n

A empresa acrescenta que realiza reajustes com frequ\u00eancia trimestral, “o que pode ocasionar descasamento pontual, para cima ou para baixo, entre os pre\u00e7os no mercado internacional e os praticados no Brasil”.<\/p>\n

Por \u00faltimo, deve-se considerar que “os reais valores de importa\u00e7\u00e3o, assim como as estimativas, variam de agente para agente, dependendo de caracter\u00edsticas como, por exemplo, as rela\u00e7\u00f5es comerciais, o acesso \u00e0 infraestrutura log\u00edstica e \u00e0 escala”.<\/p>\n<\/span>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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