Da Ag\u00eancia Brasil<\/em><\/p>\n

No Dia Mundial de Combate ao Diabetes, lembrado neste s\u00e1bado (14), o Brasil registra a marca de 43 amputa\u00e7\u00f5es de membros inferiores por dia, decorrentes de complica\u00e7\u00f5es da doen\u00e7a. Os dados, do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, se referem \u00e0 soma de 10.546 amputa\u00e7\u00f5es feitas pelo Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS) entre janeiro e agosto deste ano, ao custo de R$ 12,3 milh\u00f5es.<\/p>\n

No mesmo per\u00edodo do ano passado, foram realizadas pelo SUS 10.019 amputa\u00e7\u00f5es de membros inferiores em decorr\u00eancia do diabetes, que custaram R$ 11,6 milh\u00f5es. O crescimento no n\u00famero de procedimentos em 2020 foi de 5,26%.<\/p>\n

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que o principal motivo que leva a essas amputa\u00e7\u00f5es \u00e9 a falta de cuidados com a doen\u00e7a, a causa mais comum para amputa\u00e7\u00f5es de p\u00e9s e pernas, com cerca de 60%. Em 85% dos casos, o problema aparece como uma ulcera\u00e7\u00e3o nos p\u00e9s, ou seja, uma les\u00e3o nos tecidos, que pode ser tratada. O diabetes causa perda da sensibilidade, e os ferimentos podem evoluir para o chamado p\u00e9 diab\u00e9tico, chegando aos casos graves de gangrena que necessitam de amputa\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

O paciente diab\u00e9tico precisa ficar atento a qualquer sinal nos p\u00e9s, como frieiras, bolhas, ferimentos e calos. Os cuidados envolvem secar os p\u00e9s com cuidado ap\u00f3s o banho, manter a pele hidratada, utilizar meias de algod\u00e3o e sapatos fechados.<\/p>\n

Diabetes e covid-19<\/em><\/p>\n

O diabetes tamb\u00e9m \u00e9 um dos principais fatores de risco para o agravamento da covid-19. Por isso, o projeto internacional CoviDiab Registry, uma iniciativa da King\u2019s College London, da Inglaterra, e da Monash University, da Austr\u00e1lia, est\u00e1 reunindo dados globais sobre diabetes e covid-19. Segundo os pesquisadores, h\u00e1 ind\u00edcios de que o novo coronav\u00edrus tamb\u00e9m possa causar diabetes em quem n\u00e3o tinha.<\/p>\n

\u201c\u00c9 plaus\u00edvel que o Sars-Cov-2 possa causar v\u00e1rias altera\u00e7\u00f5es coexistentes do metabolismo da glicose, que podem complicar a fisiopatologia do diabetes pr\u00e9-existente ou levar a novos mecanismos da doen\u00e7a. Existem, de fato, precedentes para uma etiologia viral para diabetes com tend\u00eancia \u00e0 cetose\u201d, informa o projeto.<\/p>\n

O que os cientistas ainda n\u00e3o sabem \u00e9 se o diabetes causado pelo Sars-Cov-2 persiste ap\u00f3s a cura da infec\u00e7\u00e3o, ou se pode se tornar mais um fator de risco para pacientes com tend\u00eancia \u00e0 doen\u00e7a.<\/p>\n

Estudo feito no in\u00edcio da pandemia no Brasil mostrou que os pacientes de diabetes negligenciaram os cuidados por causa do isolamento e das medidas restritivas. A pesquisa ouviu 1.701 pacientes entre os dias 22 de abril e 4 de maio e os resultados foram publicados em agosto no peri\u00f3dico cient\u00edfico Diabetes Research and Clinical Practice.<\/p>\n

Participaram do levantamento pesquisadores e m\u00e9dicos de diversas institui\u00e7\u00f5es, entre elas a International Diabetes Federation, ADJ Diabetes Brasil, Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Universidade de S\u00e3o Paulo (USP), Pan African Women in Health (PAWH), Secretaria de Sa\u00fade do Distrito Federal, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Hospital do Rim e Hipertens\u00e3o de S\u00e3o Paulo.<\/p>\n

Do total, 95,1% dos entrevistados reduziram a frequ\u00eancia de sa\u00eddas da resid\u00eancia e 91,5% passaram a monitorar a glicose no sangue em casa. Foi relatado aumento, diminui\u00e7\u00e3o ou maior variabilidade nos n\u00edveis de glicose por 59,4% dos participantes, 38,4% deles adiaram consultas m\u00e9dicas e exames de rotina e 59,5% diminu\u00edram a atividade f\u00edsica.<\/p>\n

Outra pesquisa foi iniciada em setembro pela Universidade de S\u00e3o Paulo (USP) e Universidade Federal de S\u00e3o Paulo (Unifesp), com o apoio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), com o objetivo de analisar o autocuidado em diabetes e resili\u00eancia na pandemia pelos brasileiros. Podem participar as pessoas com diagn\u00f3stico de diabetes, de ambos os sexos, maiores de 18 anos e que residam no Brasil.<\/p>\n

Sintomas, preven\u00e7\u00e3o e tratamento<\/em><\/p>\n

Segundo o Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, o diabetes \u00e9 uma doen\u00e7a causada pela produ\u00e7\u00e3o insuficiente ou m\u00e1 absor\u00e7\u00e3o de insulina, horm\u00f4nio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. Com isso, podem ocorrer altas taxas de glicose no sangue que levam a complica\u00e7\u00f5es card\u00edacas, nas art\u00e9rias, olhos, rins e nervos, podendo inclusive ser fatal.<\/p>\n

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Brasil soma atualmente mais de 13 milh\u00f5es de pessoas vivendo com a doen\u00e7a. Os dados da Federa\u00e7\u00e3o Internacional de Diabetes mostram que no ano passado 463 milh\u00f5es de adultos viviam com diabetes no mundo, sendo que metade n\u00e3o foi diagnosticada. A estimativa \u00e9 que o n\u00famero chegue a 700 milh\u00f5es em 2045. Em 2019, a doen\u00e7a causou 4,2 milh\u00f5es de mortes no mundo e pelo menos US$ 760 bilh\u00f5es em gastos com sa\u00fade, o que equivale a 10% dos gastos totais com adultos.<\/p>\n

Os principais sintomas s\u00e3o fome e sede excessiva e vontade de urinar v\u00e1rias vezes ao dia. No diabetes tipo 1, pode ocorrer tamb\u00e9m perda de peso, fraqueza, fadiga, mudan\u00e7as de humor, n\u00e1usea e v\u00f4mito. No tipo 2, s\u00e3o sintomas tamb\u00e9m formigamento nos p\u00e9s e m\u00e3os, infec\u00e7\u00f5es na bexiga, rins, pele e infec\u00e7\u00f5es de pele, feridas que demoram para cicatrizar e vis\u00e3o emba\u00e7ada.<\/p>\n

A preven\u00e7\u00e3o \u00e9 feita com a pr\u00e1tica de h\u00e1bitos saud\u00e1veis, como comer diariamente verduras, legumes e frutas; reduzir o consumo de sal, a\u00e7\u00facar e gorduras; parar de fumar; praticar exerc\u00edcios f\u00edsicos regularmente; e manter o peso controlado. Os fatores de risco para a doen\u00e7a envolvem quest\u00f5es gen\u00e9ticas e tamb\u00e9m press\u00e3o alta, colesterol alto, altera\u00e7\u00f5es na taxa de triglic\u00e9rides, sobrepeso, doen\u00e7as renais cr\u00f4nicas, mulher que deu \u00e0 luz crian\u00e7a com mais de 4kg, diabetes gestacional, s\u00edndrome de ov\u00e1rios polic\u00edsticos, dist\u00farbios psiqui\u00e1tricos como esquizofrenia, depress\u00e3o, transtorno bipolar, apneia do sono e uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.<\/p>\n

O tratamento para o diabetes do tipo 1 \u00e9 feito com inje\u00e7\u00f5es di\u00e1rias de insulina e pode ser recomendada medica\u00e7\u00e3o oral. Para o tipo 2, o tratamento depender\u00e1 do grau da doen\u00e7a e pode envolver rem\u00e9dios para impedir a digest\u00e3o e absor\u00e7\u00e3o de carboidratos ou que estimulam a produ\u00e7\u00e3o de insulina. O tratamento e acompanhamento do diabetes \u00e9 oferecido gratuitamente pela aten\u00e7\u00e3o b\u00e1sica do SUS.<\/p>\n

Foto: Ag\u00eancia Brasil\/Arquivo<\/p>\n<\/span>","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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