Ao longo da história, a saúde foi entendida de diversas formas. Classicamente, saúde significava ausência de doença. Eram considerados dois polos da condição de vida. Posteriormente, em 1948, a Organização Mundial da Saúde definiu saúde como o estado de completo bem-estar físico, mental e social. A grande crítica a essa definição é essa condição de completa, algo inalcançável, que justificou sua busca pelo uso da medicação para tudo. Hoje em dia, há quem busque até a felicidade em medicamentos. Isso não existe.
Há muitas concepções mais atuais e que propõem ser alcançadas. De forma simplória, podemos dizer que saúde é ter a capacidade de viver o cotidiano, apesar de várias limitações biológicas, mentais ou espirituais que se possa ter. E viver o cotidiano significa ser capaz de relacionar-se social e emocionalmente e ser útil no limite de sua capacidade.
Um aspecto muito ligado ao significado que as pessoas dão à saúde é a existência de um sistema de saúde, seja público ou privado. Parece que a saúde só é viável se houver um local para lhe acorrer na doença. Se isso se configurar como certo, talvez a sociedade ainda esteja vendo a saúde como ausência de doença, como se fazia antigamente.
Uma visão mais atual para a saúde é a ideia de qualidade de vida. Porém, essa ideia pode não estar clara para a sociedade, ou até um tanto vaga. Quase como um chavão obrigatório nas rodas de conversa. Por outro lado, há quem pense a qualidade de vida quando estão atendidas as necessidades nas dimensões físicas, psíquicas, espirituais e sociais, além de acesso ao trabalho, moradia e alimentação para que possa haver a sensação de bem-estar.
Essa forma de pensar mais ampla mostra que a condição de saúde não se resume ao sistema de saúde e nem é de responsabilidade meramente individual. A saúde das pessoas necessita da saúde da sociedade nas relações de toda ordem. É certo que somos responsáveis por nossas decisões, mas é preciso de um esforço coletivo, de solidariedade e de tolerâncias, para que a condição de saúde seja alcançada mais facilmente.
A saúde plena, social e coletiva está cada vez mais necessária, uma vez que o Brasil está envelhecendo e, portanto, precisa de mais cuidado. Também as doenças crônicas estão atingindo mais pessoas, em parte pelo estrago feito ao meio ambiente pelo ser humano. Além disso, a crise social, econômica e política atual está marcando profundamente as pessoas. Posições radicais e extremadas não dão espaço para o diálogo e tolerância.
O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br.
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela UniSantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
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