Cair na rua ou em casa é mais comum e grave do que pensamos. Estudos brasileiros apontam que as mulheres idosas são as mais propensas à queda. As diversas pesquisas mostram que um terço dos idosos caíram no período de um ano da pesquisa e que esse problema aconteceu com o dobro das mulheres em relação aos homens. Além disso, como a osteoporose feminina é mais prevalente, as quedas causam fraturas ósseas graves.
Estudo americano mostra que a principal causa para as quedas é a associação da obesidade feminina com a sarcopenia, que é a perda progressiva e generalizada de massa muscular que ocorre no envelhecimento. Essa perda acelera-se após os 50 anos, estimando-se e redução anual de 1% de massa muscular. A sarcopenia irá reduzir a velocidade de marcha e a força das mãos. Problema presente em 20% das idosas.
Obviamente, a atividade física contínua, iniciada o quanto antes, é a melhor forma de reduzir tanto a obesidade quanto a sarcopenia, responsáveis pelas quedas e perda de autonomia nos idosos. O ideal é que a atividade seja acompanhada e adequada à capacidade física da pessoa, mas estudos mostram que a simples caminhada regular já traz muitos benefícios para a manutenção da vitalidade física nos idosos. Também é garantido que treinamentos próprios para o equilíbrio reduzem o número de quedas.
Alguns medicamentos causam sonolência, fraqueza muscular e aumentam os riscos de quedas. Os ditos calmantes e indutores de sono (benzodiazepínicos) são os principais facilitadores dos acidentes. Mas outros remédios também precisam de atenção, como os antialérgicos, analgésicos e miorrelaxantes, dentre outros que agem no sistema nervoso.
Além da sarcopenia, os idosos tendem a ter dificuldades visuais. Assim, é preciso andar sempre em locais bem iluminados e portando seus óculos. Estima-se que a visão comprometida possa aumentar em duas vezes a chance de queda. Eventuais fraturas em idosos, derivadas de quedas, pode aumentar em quatro vezes o risco de morte.
Além dos aspectos orgânicos, a queda também é promovida pelas condições dos espaços de locomoção. Ruas e calçadas não são os únicos locais de acidentes. As condições da residência dos idosos também provocam riscos. O Ministério da Saúde mantém dicas sobre como arrumar os móveis, iluminar os cômodos e retirar tapetes escorregadios.
Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da Unisantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.