A automedicação, fazer uso de medicamento por conta própria, é um problema mundial, porém tem dimensões importantes no Brasil. Em nosso país, as pessoas têm acesso a medicamentos que exigem prescrição médica. Isso não acontece em países em que a estrutura sanitária de fiscalização e de ação profissional estão melhor aparelhadas. Mas há outro do problema, qual seja, a aderência ao tratamento prescrito. As pessoas abandonam o tratamento ou reduzem doses por vários motivos, como devido à reação adversa.
Todo medicamento apresenta reações adversas e a opção pelo seu uso resulta da análise entre o benefício a ser alcançado e os riscos a que se está sujeito. As reações adversas acontecem porque os medicamentos são substâncias que alteram a função do organismo doente, mas atingem outros órgãos também. No nosso organismo muitas reações químicas e físicas se repetem em órgãos diferentes, mas com resultados distintos.
Por exemplo, o coração e o cérebro são suscetíveis aos medicamentos anfetamínicos, usados para emagrecer. No cérebro, os anfetamínicos retiram a fome mas causam excitação, comprometendo o sono e a atenção. Esse duplo efeito é devido a mesma substância agir em dois centros nervosos diferentes, aquele que controla a fome e o outro que é responsável pelo estado de atenção. Além disso, a mesma substância também é capaz de estimular o coração, provocando-lhe taquicardia, popular “batedeira”.
Esse mesmo raciocínio vale para as demais reações adversas de todos os medicamentos. Porém, essas reações são estudadas previamente e os medicamentos são liberados mesmo assim, porque a relação entre o risco e o benefício pende para a melhoria. As reações adversas podem ser dependentes da dose ou mesmo de uma condição pessoal, isso porque ela não atinge a todos na mesma dimensão. Por isso, é importante conversar com o médico ou com o farmacêutico a esse respeito.
Ainda existe a possibilidade de a reação adversa atingir um público restrito como os indivíduos alérgicos ao medicamento. O AAS pode provocar inchaço das pálpebras em algumas pessoas, mesmo quando usado em pequenas doses. Pessoas não alérgicas nunca irão apresentar essa reação. Além disso, outros fatores pessoais também são importantes. Ainda falando do AAS, essa substância altera a função respiratória. Indivíduos não asmáticos nem sentirão o efeito, porém, pessoas sensíveis poderão ter uma crise.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.