O câncer do pulmão é a doença evitável que mais mata no mundo todo. É evitável porque sua principal causa é o uso do tabaco, beirando os 90% dos casos diagnosticados. Mata mais de 23 mil pessoas por ano, só no Brasil. Mas o tabaco também provoca muitas outras doenças crônicas e graves.
As pessoas fumam por vários motivos. Alguns começam a fumar por motivo de autoafirmação ou pela sensação de pertencimento de um grupo específico, principalmente aos adolescentes, e também pelo exemplo dado por pessoas próximas e influentes. É sabido o efeito da publicidade na indução ao uso contínuo do tabaco, associando a marca a uma figura social. Nos dias de hoje, há muitas restrições à publicidade e à presença de cigarro em programas na TV.
Na fumaça inalada, dentre as mais de cinco mil substâncias diferentes, a nicotina é a substância responsável pelo efeito psicoativo e, portanto, da dependência, da tolerância e da compulsão ao uso. Além da ação psicoativa, o tabaco gera hábito que produz efeito de adesão tão intenso quanto a própria nicotina.
Acender um cigarro, o cachimbo ou qualquer outra forma de uso da planta Nicotiana tabacum pode tornar-se um ritual tão importante quanto tragar a fumaça em si. A somatória desses fatores, a dependência da substância e o ato de fumar em si, dificulta aos seus usuários cessar o tabagismo.
As estratégias de cessação são várias e de diversas dimensões. A primeira ação é desarmar os gatilhos que o levam a fumar. Por exemplo, logo após o cafezinho é preciso escovar os dentes, para tirar o gostinho que “chama” o cigarro. Ou deve-se evitar a bebida alcoólica porque há o estímulo para fumar. O conjunto dessas ações são denominadas como modelo cognitivo comportamental.
Os medicamentos podem ser associados à estratégia acima, mas não usados de forma isolada. É preciso boa abordagem profissional de suporte contínuo para enfretar os primeiros dias de abstinência que podem causar certo desconforto. A cessação do uso do tabaco provoca a chamada “fissura”, intensa vontade de fumar que vai diminuindo a intensidade de forma gradativa, após certo tempo.
Ao parar de fumar, o paladar melhora, a atividade metabólica se torna mais lenta e por isso é possível que haja aumento de peso. Assim, é interessante também associar mudanças nos hábitos alimentares como a de não substituir o cigarro por balas ou doces. Beba bastante água e sucos naturais, não refrigerantes. E tenha a absoluta certeza de que é muito bom para de fumar.
O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br.