Por Paulo Angelo Lorandi
Todas as doenças crônicas, como a hipertensão, fazem uso rotineiro e definitivo de medicamentos, os quais visam o controle da doença e não a sua cura. É sabido que a informação sobre a doença e seu tratamento são fundamentais para que as pessoas tenham a manutenção da saúde bem-sucedida. Um recente estudo mostra melhoras significativas na adesão ao tratamento e dos parâmetros pressóricos, quando o sujeito doente é assistido em suas dúvidas e questionamentos, tanto em relação à doença quanto ao tratamento.
As doenças crônicas são bastante diversas, têm origens distintas, mas, de um modo geral, podemos dizer que há sempre um componente genético. Isso não quer dizer que a doença acontecerá em todos membros de uma famÃlia, porém que há certa possibilidade disso acontecer quando o estilo de vida favorecer que ela surja. Como estilo de vida saudável, sempre é bom repetir, entende-se que seja a prática constante de atividade fÃsica, alimentação diversificada e de qualidade, redução na ingestão de álcool, momentos de lazer e de relaxamento, vida social e familiar adequada. Tudo isso sem sofisticação.
No caso da hipertensão, é muito importante acrescentar a redução da ingestão de sal, há limites mÃnimos. A pressão arterial é o fenômeno fÃsico que garante a condução do sangue pelo corpo. Essa força surge de dois fenômenos biológicos muito bem controlados. A pressão mÃnima é mantida pelo calibre das artérias que conduzem o sangue do coração para o organismo. As artérias são como “tubos†envolvidos por músculos sensÃveis a estÃmulos quÃmicos e nervosos, que se contraem ou relaxam de acordo com a necessidade.
Na hipertensão, esses estÃmulos estão corrompidos, normalmente, pela condição fÃsica da pessoa. Fatores como obesidade, estresse, excesso de sal fazem com o estÃmulo para contração seja exagerado, assim, a pressão do sangue subirá como quando se aperta a ponta de uma mangueira para que a água tenha mais pressão e atinja uma distância maior.
O outro fenômeno que controla a pressão é a atividade cardÃaca, que produz o valor da pressão máxima. Para manter essa pressão aumentada, o coração se esforça mais o que pode levar a um dano permanente. Do mesmo modo, o sangue circulando com maior pressão irá causar danos sucessivos, crônicos que se acumulam sobre os órgãos, principalmente os rins e as próprias artérias. A hipertensão crônica mal controlada pode levar a uma função renal decrescente e a riscos vasculares como AVC e infarto. Maior será o risco se associarmos o diabetes e a dislipidemia (valores de gordura no sangue alterados). Essas duas doenças também são derivadas de estilo de vida não saudável.
Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da Unisantos, está disponÃvel para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (CurrÃculo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
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