Muitas vezes, buscamos na natureza soluções para os problemas com a saúde. Essa prática aconteceu em todos os tempos e culturas. O conhecimento histórico de algumas dessas práticas é passado para novas gerações, garantindo-se a manutenção de seu uso até nos dias hoje. Etnofarmacologia é o ramo da ciência que busca a fundamentação cientÃfica para as atividades culturais que visam a manutenção da saúde ou o controle da doença, retirando-se o misticismo ou exageros que possam existir, dado pelo conto popular.
Um produto usado por muitas culturas desde há muito tempo é o mel, quer seja como remédio, quer seja como alimento. Atualmente, muito se sabe derivado de estudos cientÃficos que comprovam a importância de seu uso cotidiano. O mel é um bom fornecedor de energia, devido sua composição rica em açúcares (85% é glicose e frutose).
Além disso, contém outros nutrientes importantes. Os meles também fornecem minerais, aminoácidos (na forma livre e na de enzimas funcionais), algumas vitaminas e um teor importante de antioxidantes. A composição final do mel varia conforme o clima e as condições ambientais da região de produção; do pólen da flor coletada pelas abelhas; e das práticas de apicultura que são realizadas no cultivo e extração do mel. Cada tipo de mel diferencia-se nas substâncias aromáticas, nos pigmentos e nos grãos de pólen.
O mel de uma única florada (eucalipto, laranjeira, etc.) deverá conter, para assim ser classificada, no mÃnimo 45% de pólen das flores de uma mesma famÃlia, gênero ou espécies. O fato do mel ser de florada única ou variada modificará mais a caracterÃstica sensorial do paladar do que o possÃvel efeito terapêutico. Ou seja, os meles, quando de qualidade, são todos bons para os efeitos para os quais são conhecidos.
Estudos cientÃficos sérios indicam o mel como superior na cicatrização de queimaduras superficiais com gravidade leve a moderada, em comparação a outros tipos de curativos. Mas atenção, procure assistência médica em caso de queimaduras. Não utilize nenhum produto que não seja água corrente até a avaliação do profissional da saúde. A capacidade cicatrizante do mel permite sua indicação para o tratamento de feridas tÃpicas do câncer, provenientes de cirurgias de remoção do tumor e das devido à quimioterapia e radioterapia.
O mel também pode ser usado para tosse, do tipo não produtiva, quando não há expectoração. O mel é capaz de diminuir a frequência da tosse, melhorando a qualidade de sono. Mas não devem ser usados por crianças menores de um ano, incapazes de reagir a uma possÃvel contaminação do mel pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo. O mel pode ser contaminado com esporos da bactéria presentes no pólen e no néctar depositado pelas abelhas. Para destruir os esporos, o mel precisaria ser aquecido a mais de 100 ºC, inviabilizando a qualidade do alimento.
O mel pode atuar sobre a constipação intestinal, ainda que esse problema deva ser resolvido com mudanças no estilo de vida, como aumento na ingestão de fibras e de água, deixar a vida sedentária e manter a regularidade no hábito de ir ao banheiro.
O mel deve ser de boa qualidade porque há muita adulteração no mercado. Busque um bom fornecedor que lhe garanta a idoneidade do produto. Você não consegue aferir a qualidade apenas pela aparência, cor, viscosidade ou pelo fato de estar cristalizado ou não.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da UniSntos. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.