PUBLICIDADE

Santos / Saúde

Junho Vermelho e Laranja: Santos chama atenção para campanhas de conscientização sobre doação e saúde do sangue

O Junho laranja busca divulgar informações sobre anemia e leucemia, além de incentivar a população a se tornar doadora de medula óssea. Já o Junho Vermelho visa incentivar a doação em uma época que os estoques dos bancos de sangue costumam cair em todo o País.

Foto: Raimundo Rosa / Prefeitura de Santos

Da redação

Neste mês, duas campanhas de conscientização, que se complementam, entram em cena para chamar a atenção sobre doação e a saúde do sangue. O Junho laranja busca divulgar informações sobre anemia e leucemia, além de incentivar a população a se tornar doadora de medula óssea. Já o Junho Vermelho visa incentivar a doação em uma época que os estoques dos bancos de sangue costumam cair em todo o País.

A anemia é um sinal de que algo não está normal no corpo, geralmente caracterizado pela baixa quantidade de hemoglobina no sangue. Sintomas comuns incluem palidez, cansaço, fraqueza e coloração amarelada da pele. Estes sinais, conhecidos popularmente, indicam que os glóbulos vermelhos estão abaixo do nível normal. Embora muitas pessoas associem anemia à leucemia, é importante esclarecer que nem toda anemia evolui para leucemia.

“O mês de junho é dedicado à conscientização sobre anemia e leucemia para educar tanto a população quanto os profissionais de saúde sobre a importância do diagnóstico precoce e correto dessas condições”, informa a responsável pelo Hemocentro de Santos e hematologista do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), Elaine Mancilha, acrescentando que a conscientização ajuda a garantir que as pessoas procurem atendimento médico adequado e realizem exames de rotina, como hemogramas, que podem detectar doenças e outras alterações no sangue.

Já a leucemia é um tipo de câncer que afeta as células sanguíneas e, frequentemente, necessita de transplante que visa substituir as células doentes por células saudáveis provenientes de um doador. Esse procedimento é popularmente conhecido como transplante de medula óssea, mas o termo correto é transplante de células-tronco hematopoéticas, diz a médica. “As células-tronco hematopoéticas são as “células-mãe” da medula óssea e são responsáveis pela produção de sangue”, diz a especialista.

E, ao contrário de outros tipos de transplantes que exigem um doador falecido, ela é feita por doadores vivos. No Brasil, o cadastro de doadores de medula óssea é feito nos bancos de sangue, como o do Hospital Guilherme Álvaro (HGA), que atende a Baixada Santista.

“Este é um processo altruísta semelhante à doação de sangue. Quem quiser se registrar no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) pode fazer isso no banco de sangue. O cadastro não obriga a doação de sangue, mas você pode fazer ambos ao mesmo tempo”, acrescenta a hematologista do HGA.

 

Foto: Raimundo Rosa / Prefeitura de Santos

Por isso a doação de sangue e o registro como doador de medula óssea são gestos de solidariedade que podem salvar inúmeras vidas. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas e receios sobre esses procedimentos, o que pode dificultar o aumento no número de doadores, explica a responsável pelo HemoCentro de Santos. Ambas ações têm um impacto direto na vida de muitos pacientes, especialmente os diagnosticados com leucemia.

Uma das principais preocupações de quem deseja se cadastrar como doador de medula óssea é a forma de coleta do material. Contrariando a crença popular de que é necessário retirar medula da espinha, o processo de registro é bastante simples. A coleta para o registro consiste em retirar uma pequena quantidade de sangue, cerca de 3ml, similar a um exame de hemograma comum. Esse sangue é enviado ao redome.

Para realizar esse registro, basta que a pessoa tenha entre 18 e 35 anos, esteja em boas condições de saúde e compareça ao Banco de Sangue do Hospital Guilherme Álvaro. O processo de registro é simples: após manifestar a intenção de doar na recepção do banco de sangue, o potencial doador fornece seus dados pessoais e o tubo de sangue é coletado.

Este material é enviado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca) para testes genéticos que determinam a compatibilidade com pacientes que precisam de transplante. O órgão, que fica no Rio de Janeiro, organiza os transplantes no País. Quando  algum paciente necessita, o Inca verifica a compatibilidade, encontrando o doador, ele é contatado para confirmar sua disponibilidade.

Por isso, é essencial manter os dados de contato atualizados sempre atualizados para facilitar essa comunicação. “Uma falha comum é o doador mudar de telefone e não atualizar essa informação no banco de dados”, alerta a médica.

A especialista explica que existem duas formas principais de coleta a qual o doador pode ser submetido: por sangue periférico, que é menos invasivo, e a coleta cirúrgica, utilizada somente em casos muito específicos. No método periférico, um medicamento estimula as células-tronco a saírem da medula para o sangue, de onde são coletadas por uma máquina especial.

“Este procedimento é semelhante à doação de sangue por aférese e é preferido por ser menos invasivo. Já a coleta cirúrgica é reservada para situações especiais e sempre com o consentimento do doador”, diz.

O transplante de células-tronco hematopoéticas é geralmente o último recurso para pacientes com leucemia, após a quimioterapia. Embora não garanta 100% de cura, oferece uma chance significativa de sobrevivência ao substituir as células doentes e fornecer uma defesa adicional contra a recaída da doença.

“A célula-tronco doada tem a capacidade de proliferar na medula óssea do receptor, fornecendo uma nova fonte de células saudáveis e ajudando a combater a leucemia. No Sistema Único de Saúde (SUS), o transplante de medula óssea é uma das melhores opções de tratamento disponível para leucemia”.

Ela diz ainda que o Brasil se destaca mundialmente pela sua rede de transplantes de medula óssea, com um dos maiores registros de doadores do mundo, graças à diversidade genética da população.

A doação de sangue também tem campanha especial. O Junho Vermelho serve de lembrete e alerta, afinal a doação é igualmente essencial e salva inúmeras vidas, especialmente de pacientes com doenças hematológicas graves, como a leucemia, que necessitam de transfusões frequentes. Além disso, cirurgias e acidentes também demandam um estoque contínuo de sangue.

Confira os requisitos básicos para ser um doador:

-Ter entre 18 e 60 anos.

-Estar em boas condições de saúde.

-Pesar mais de 50 kg.

-Ter dormido bem na noite anterior.

-Não ter consumido bebidas alcoólicas nas últimas 24 horas.

-Estar bem alimentado, sem necessidade de jejum, mas evitando refeições muito gordurosas.

Os doadores passam por uma triagem com profissionais de saúde que verificam se estão aptos para a doação de sangue. Essa triagem garante que tanto o doador quanto o receptor estarão seguros.

O Banco de Sangue do Hospital Guilherme Álvaro (Rua Oswaldo Cruz, 267), em Santos, atende de segunda a sábado, das 8h às 12h30.