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Santos / Saúde

Febre amarela

A febre amarela é um tema atual e recorrente em toda mídia. Estamos vivendo um aumento no número de casos em determinadas partes do Brasil, com grande risco de se disseminar para toda a parte. Entre 2000 e 2010 ocorreram apenas três surtos no Estado de São Paulo, na região de São José do Rio Preto.

A febre amarela é provocada por um vírus que é inoculado pela picada de um mosquito, que estava previamente contaminado ao já ter picado um indivíduo doente. Entre os macacos, o vírus da febre amarela está sempre presente, sendo chamada de febre amarela silvestre. A disseminação desse vírus não tem como ser combatido. O ser humano, ao se aproximar de área de mata, na qual o vírus já está presente, ao ser picado por um mosquito infectado, torna-se doente.

Esse mesmo vírus pode atingir uma área urbana e ser transmitido por mosquitos típicos dessa área, como o Aedes aegypti. Nessa condição, a febre amarela é designada como urbana, porque o vírus circula apenas entre seres humanos, através da inoculação do mosquito ao picar para sugar sangue.

Seja febre amarela urbana ou silvestre, o vírus terá um tempo de incubação de três a seis dias. É possível ter um quadro agudo, indistinto, com febre, dor muscular, principalmente nas costas, dor de cabeça, tremores, perda de apetite e náuseas ou vômitos. Esse quadro dura entre três a quatro dias com melhora absoluta em cerca de 85% das pessoas, tornando-as imunes para a doença.

Porém, 15% dos infectados irão apresentar um quadro mais grave, dentre as 24 horas após o quadro agudo. A febre retorna, com temperaturas mais altas, apresentando danos hepáticos e icterícia (a pele e os olhos tornam-se amarelados). Também apresentarão dores abdominais com vômito e sangramento. O quadro é grave podendo provocar morte em até duas semanas. Não há tratamento específico para a febre amarela, apenas suporte paliativo.

O controle do vetor, o Aedes aegypti, é fundamental para evitar a propagação da doença em áreas urbanas. Nas áreas endêmicas de febre amarela urbana (onde o vírus já circula entre as pessoas) ou para quem vai aos locais de transição (região próxima às matas em que habitem macacos) a vacinação é a melhor estratégia para a prevenção. A vacina confere quase 100% de proteção.

Por ser produzida com vírus vivo atenuado (sem a capacidade de produzir a doença), a vacina não deve ser administrada em pessoas com a capacidade imunológica diminuída, como as grávidas, HIV positivo ou usuários de imunodepressores como os corticosteroides. Também não devem ser administrado em pessoas que, sabidamente são alérgicas ao ovo, porque o vírus usado na vacina é incubado em ovos de galinha fertilizados.

 O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br.

1descricao-paulo-lorandi-colunista-revista-mais-santos