A alimentação de todo ser vivo tem sempre os mesmos objetivos. O primeiro deles é o da ingestão de energia suficiente e adequada para as necessidades individuais. Sempre é preciso um mínimo, o nível basal, que é o quanto se gasta na mais absoluta inércia, sem nada fazer. Afinal, qualquer atividade orgânica necessita de energia, até mesmo a digestão. A partir desse patamar, cada um tem de consumir quantidade energética proporcional às atividades realizadas.
O segundo motivo da alimentação é o de garantir a variedade de nutrientes necessários. Aminoácidos, vitaminas, sais minerais, água, fibras e carboidratos devem ser ingeridas em quantidades adequadas, diariamente. De um modo geral, as “dietas” não funcionam porque há de se alimentar bem a vida toda. É preciso comer de tudo, todos os dias. São muitos os nutrientes necessários.
Um terceiro motivo do porquê se come é pelo prazer que dá. Nas festas de fim de ano esse prazer é redobrado, uma vez que o ambiente estimula. Há muita variedade, comida farta o tempo todo com familiares e amigos. A cada encontro, mais comemorações, sendo fácil perder a noção do quanto se come.
O corpo humano reage como animal, tanto quanto como ser cultural. Como animal, o corpo tende a reservar os excessos em gordura, para disponibilização dessa energia para momentos de pouca oferta. Em outros tempos, não havia geladeira, mercado ou quer que fosse. O acesso aos alimentos era exclusivamente pela caça ou extração e nem sempre estavam disponíveis. Em um processo de adaptação, sobreviveram os que desenvolveram os melhores mecanismos. É possível se dizer que naturalmente, tendemos a ser gordos.
Como ser cultural, o corpo reage aos horários estipulados e padrões alimentares. A toda e qualquer modificação, o corpo busca nova adaptação. Ao se fazer dietas restritivas, o organismo reduz sua atividade basal, para poder sobreviver com mínimo. Ao ingerir grandes quantidades, todo o excesso será armazenado. Assim, restringir alimentos pensando em ir à desforra nas festas de fim de ano é uma péssima estratégia, na medida em que o corpo irá entender como excesso qualquer quantidade ingerida a mais do que nos dias anteriores.
Além disso, todo o excesso, seja em comida ou bebida agride o estômago, podendo gerar gastrite e indisposições. Ao passar mal depois de excessos, é o estômago que sofre e não, necessariamente o fígado. Mas o grande responsável de todo o problema é cérebro que se deixa levar à esbórnia. Moderação sempre.
O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br.
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