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Santos / Saúde

Cardiologista esclarece as dúvidas mais comuns em consultas médicas

Há quem acredite que o cardiologista só deve ser procurado em caso de doença. Porém, com o passar dos anos, visitar um especialista e fazer um acompanhamento preventivo é fundamental para evitar riscos à saúde do coração. O desafio é convencer as pessoas a ir ao especialista para fazer o check-up.

“Hoje em dia, com a necessidade de avaliar fatores de risco e o risco cardiovascular, a consulta ao cardiologista tornou-se muito importante”, afirma o médico cardiologista Roberto Cury, que integra o corpo clínico do Delboni Medicina Diagnóstica. Ele complementa que é fundamental realizar um acompanhamento, principalmente quando há histórico de doença cardiovascular na família ou fatores de risco associados, como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo e dislipidemia. Abaixo, o especialista lista cinco dúvidas comuns no consultório médico:

– Qual a periodicidade indicada para consultas no cardiologista?

A avaliação cardiológica preventiva deve ser realizada para a liberação para as atividades físicas e esportes principalmente de caráter competitivo. Além disso, indivíduos com fatores de risco citados acima e principalmente pacientes com história familiar de doença coronariana devem fazer avaliações precoces. A periodicidade de consultas com o cardiologista irá variar conforme a estratificação de risco e diagnóstico estabelecido mas consultas anuais são recomendadas. Todo paciente entre 30 e 40 anos de idade deve passar por uma avaliação cardiológica.

– Vou começar a fazer exercícios físicos com maior periodicidade. Preciso fazer exames para avaliar meu coração?

Sim. Mesmo aqueles que nunca tiveram problema cardíaco precisam fazer uma avaliação clínica cardiológica e a estratificação de risco clínica e com exames não invasivos de acordo com o risco clínico de cada indivíduo. Uma avaliação preventiva ao incluir na rotina atividades físicas. Dependendo do tipo e intensidade da atividade física é possível que aqueles que têm alguma doença que ainda não se manifestou, em repouso possa apresentar algum sintoma durante ou após o esforço.

– Posso continuar comendo alimentos ricos em gordura e compensar com atividades físicas?

Não. É sabido que as atividades físicas ajudam a diminuir os níveis de gordura no sangue, mas se o consumo é muito grande, isso pode ser prejudicial à saúde cardiovascular. A gordura deve fazer parte de uma dieta balanceada, mas, deve-se preferir a ingestão de gorduras de origem vegetal, como azeite de oliva extra virgem e de alguns peixes ricos em HDL – a gordura “do bem”- , e evitar aqueles  que aumentam o LDL, que é a gordura que se deposita nas artérias e que pode levar ao entupimento delas. É importante procurar orientação dietética com uma nutricionista para ter uma alimentação balanceada e saudável.

– Sinto-me muito cansado quando faço qualquer atividade física, como subir um lance de escada. Posso ter um problema cardíaco?

Nesses casos, é fundamental a avaliação do cardiologista ainda mais se esses sintomas forem de início recente, podendo necessitar de exames cardiológicos adicionais.  Afinal, o cansaço pode ser resultado de vários fatores, não só de problemas cardíacos. O próprio sedentarismo contribui para o aumento do cansaço e para a diminuição da capacidade cardiorrespiratória. O cansaço resultante de um dia corrido ou da prática intensiva de um determinado exercício é normal. O problema é quando essa sensação dura dias, semanas, e impede a prática de atividades rotineiras do dia a dia, como uma simples caminhada, por exemplo.

– A pílula anticoncepcional pode fazer mal ao coração?

Essa questão também depende de vários fatores. A combinação de progestágeno e estrogênio pode aumentar os riscos de trombose e AVCs em algumas mulheres. Por isso é importante conversar com o seu ginecologista sobre alguns pontos, como seu histórico familiar de problemas cardíacos e seus hábitos de vida, que também podem influenciar no aparecimento de alguma complicação. Mulheres fumantes, hipertensas, com histórico de doenças autoimunes ou história de trombose também podem ter complicações devido ao tipo de pílula anticoncepcional.