Por Paulo Lorandi
A dor de cabeça ou cefaleia é um evento comum. Estima-se que 50% das pessoas tiveram ao menos uma ocorrência no último ano e que 90% delas já sentiram dor, ao menos, uma vez na vida. A cefaleia pode acontecer em adultos, crianças e idosos, porém é mais comum em mulheres do que em homens em uma relação de 3:1, respectivamente. A cefaleia crônica (ocorrência de dor em mais quinze dias ao mês) atinge cerca de 3% da população.
A cefaleia pode se apresentar de diversos modos e por muitas causas distintas. A dor de cabeça pode iniciar devido a bebidas alcoólicas, por estar muito tempo sem comer, por dormir em excesso ou ficar muito tempo ao computador ou celular. Ainda que controverso, alguns problemas oftalmológicos, como estrabismo ou hipermetropia, aumentam a probabilidade de cefaleia. Já o estresse e a tensão muscular são causas mais comuns para a dor. E a intensidade pode ser alta, mas por causas de baixa gravidade, como má postura.
A dor de cabeça ocasional não desperta maiores preocupações, porém ao se tornar constante, sim, é necessário buscar auxílio médico. Principalmente se a cefaleia vier acompanhada de vômitos e mal-estar ou se os braços e pernas apresentarem-se dormentes. Outros sintomas associados que podem indicar maior gravidade são: visão dupla ou embaçada; dor irradiada para o couro cabeludo; ou se sentir dor ao mastigar.
A enxaqueca é um tipo particular de cefaleia que tem caráter crônico e pode ser de difícil controle. Ela se apresenta de moderada ou grave, normalmente sentida como uma dor latejante em um lado da cabeça. As pessoas também costumam apresentar náuseas, vômitos e aumento da sensibilidade à luz ou ao som. A enxaqueca está presente em uma a cada cinco mulheres e em um a cada cinco homens. A maior prevalência nas mulheres está relacionada às oscilações hormonais do estrogênio durante o ciclo menstrual.
A enxaqueca pode se apresentar com ou sem aura, a qual pode ser visual, sensitiva, ou de memória. A condição visual, a mais comum, apresenta-se como manchas, perturbações visuais em ziguezague ou crescente, flashes de luz, ou perda total ou parcial da visão. Os episódios variam entre cinco minutos e uma hora. Muitas vezes, a aura antecede a crise de cefaleia, sinalizando seu aparecimento. A enxaqueca não tem um tratamento definitivo, porém é possível seu controle, diminuindo a frequência das crises ou sua intensidade. Novos medicamentos estão surgindo, mas para o melhor controle, não para a cura.
Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da Unisantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.