Por Paulo Ângelo Lorandi
Alguns estudos bem conduzidos têm chegado a conclusão sobre a importância de estar de bem com a natureza. Um estudo japonês mostrou que o simples caminhar diário em bosques nipônicos trouxe melhoria em parâmetros bioquímicos indicativos do estado inflamatório, o que se configurou como fator de proteção contra danos cardiovasculares.
Outros trabalhos mostram que determinadas áreas do cérebro, que estão associadas à empatia e à motivação altruísta estão mais ativas quando expostas à visão de ambientes abertos naturais. Viver em ambiente aberto e ligado à natureza estimula a conexão entre as pessoas, gerando bem-estar e solidariedade. Outro estudo demonstrou que o simples fato de olhar para figuras da natureza reduziu os parâmetros bioquímicos relacionados ao estresse e, subjetivamente, os pesquisados relataram sentir-se mais confortável.
Do outro lado, viver em áreas urbanas tende a deixar as pessoas mais tristes e deprimidas. Um estudo conduzido em áreas urbanas de Nova York, Berlim e Mumbai conduziram pessoas a vários pontos das cidades e constatou que ao passaram por prédios com fachadas não expressivas, os pesquisados sentiam-se entediadas e menos felizes do que quando passavam por prédios abertos, claros e com muitas portas. A mesma pesquisa concluiu que lugares barulhentos deixam as pessoas mais tristes e estressadas.
Esse assunto é tão forte que já há associações que congregam arquitetos, profissionais de design e da saúde para discutir, informar, motivar e capacitar formuladores de políticas, para construir uma melhor saúde mental em suas cidades através de um desenho urbano mais inteligente. Ambientes urbanos saudáveis preveem espaços verdes que possibilitem a atividade física e a interação entre as pessoas. Em ambientes agressivos, as pessoas precisam controlar suas emoções. Como alternativa para esse controle é possível praticar yoga ou meditação, que trazem definitivamente a diminuição de fatores pró-inflamatórios.
Essa afinidade dos seres humanos ao ambiente natural assume o nome de biofilia. Essa característica não assume a mesma proporção em todas as pessoas. Enquanto uns são muito dependentes de ambientes “verdes” outros são menos afetados pelo “cinza” urbano. Mas é possível a generalização da importância de um ambiente natural. Estudo espanhol mostra que as crianças que vivem em locais arborizados a amigáveis têm melhores resultados escolares de aprendizado. O estudo constatou melhor desenvolvimento da massa cefálica nas crianças que vivem em lugares “verdes”. Então vale o esforço em preservar os nossos ambientes, sejam eles o doméstico, o urbano ou o natural.
Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da Unisantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br
Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.
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