Recente reportagem de um jornal de grande circulação apresentou uma análise sobre por que o Japão é o país desenvolvido com menor índice de obesidade. Uma das causas apontadas é o fato de que as crianças japonesas têm noções sobre práticas alimentares saudáveis desde os primeiros anos de vida escolar. Pode parecer óbvio, para uma boa saúde é preciso conhecimento.
O termo em inglês “health literacy” pode ser entendido como alfabetização em saúde. Esse tema, ações sistemáticas em educação em saúde, começaram a ser estudos de forma efetiva apenas nos últimos quinze anos. E mesmo assim, pouco se produziu sobre o assunto. O conhecimento em saúde irá possibilitar melhores decisões em todos os segmentos sociais.
Estima-se que um entre três adultos nos EUA tenham baixo conhecimento sobre saúde, comprometendo suas decisões quanto ao estilo de vida. Na Europa, a relação é um em dez, porém cada país europeu tem uma realidade. Na Holanda, a menos de 2% da população faltam conhecimentos básicos sobre saúde. No entanto, na Bulgária, esse índice está na ordem de 27%. A Organização Mundial da Saúde propôs um conjunto de ações para o desenvolvimento da saúde no mundo, denominado Agenda 2030. O Objetivo 17, desse documento, versa sobre a necessidade de aprimorar o conhecimento popular em saúde.
Um estudo australiano correlacionou baixo conhecimento em saúde com maior aderência ao tabaco, sedentarismo, sobrepeso e piora da saúde mental. Outra pesquisa americana mostra que crianças com epilepsia tem piora no quadro pela falta de conhecimento dos pais. Trabalhos coreano e turco mostram que doenças que exigem autocuidado, como diabetes por exemplo, podem ter sua progressão comprometida pela falta de entendimento tanto da doença quanto dos procedimentos necessários para o controle dos níveis plasmáticos de açúcar.
As pessoas precisam ter acesso às informações fidedignas e ter a capacidade de crítica para sua apreensão. As empresas tendem a passar informações que atendam os seus interesses comerciais e as pessoas querem crer, muitas das vezes, em soluções mágicas para os seus problemas. O conhecimento em saúde precisa ser libertador para boas decisões sobre o estilo de vida.
O Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM), do curso de Farmácia da UniSantos, está disponível para solucionar suas dúvidas. O contato pode ser pelo e-mail cim@unisantos.br.