Um ajudante de eletricista de 40 anos foi esfaqueado diversas vezes por outro homem nessa sexta-feira (9), na Rua Brás Cubas, no Vila Nova, em Santos, e morreu no dia seguinte.
A vítima e o acusado moravam no mesmo prédio. Sua esposa, uma ajudante de cozinha de 28 anos, viu tudo o que aconteceu e conversou com A Tribuna.
Ela contou à Reportagem que seu marido começou a brigar, inicialmente, com a esposa do acusado. “Ele chegou do trabalho e reclamou do cheiro de crack que estava no corredor. Disse que os dois podiam usar o que quisessem, mas não no corredor do prédio, por causa das crianças. O cheiro faz mal e incomoda muito”.
A ajudante de cozinha falou ainda que ela mesma já tinha brigado com essa vizinha pelo mesmo motivo. “Faz três anos que moramos aqui e é sempre a mesma coisa. Nossos filhos têm 12, 10, 7 e 4 anos. Com esse calor, não podemos abrir a porta porque entra o cheiro da droga. Eu já tinha saído na mão com ela”.
Crack
O problema todo, segundo ela, é que a mulher teria batido no peito e dito que “fuma crack sim e ninguém tem nada a ver com isso”. “Meu marido estava brigando com ela com um cabo de vassoura na mão. Os dois se xingaram e bateram boca. Ela segurava um facão. Outras pessoas também viram. O marido dela estava tentando separar os dois”.
Mas, em determinado momento, a vítima tentou acertar a cabeça da mulher com o cabo de vassoura. E foi impedido. “Foi quando o marido dela pegou o facão e começou a tentar acertar meu marido. Ele tentou se proteger com o cabo de vassoura, mas era uma luta desigual”.
A vítima saiu correndo pela rua e continuou sendo golpeada por duas quadras. Na Rua João Éboli, quase na esquina com a Avenida Senador Feijó, o ajudante caiu no chão, ferido.
“Eu saí atrás, em disparada. Falei que era para ele deixar para lá, mas não me ouviu. Agora, aconteceu essa desgraça toda. Parecia que tinham jogado um balde de sangue em cima dele. Eu nem sabia de onde vinha. Quase arrancaram as mãos dele fora. Tinha um buraco enorme no pescoço, que dá arrepio de lembrar. Ele olhou para mim e disse ‘eu vou morrer, meu amor. Não vou sair dessa’”.
O acusado fugiu e a vítima foi socorrida por uma ambulância do Samu. O homem foi encaminhado à Santa Casa de Santos em estado grave e não resistiu aos ferimentos.
Até o momento, ainda não havia imagens ou a arma usada no crime.
Fonte: A Tribuna