Ele foi detido após desembarcar de um cruzeiro temático do cantor, nesta nesta segunda-feira (4). O cantor também é investigado.
Foto: Reprodução / Instagram / Polícia Federal
Da redação
O empresário do cantor Alexandre Pires, Matheus Possebon, foi preso preventivamente nesta segunda-feira (4), pela Polícia Federal (PF), em Santos. Ele foi detido após desembarcar de um cruzeiro temático do cantor. A ação policial, denominada de Disco de Ouro, tem o objetivo de desarticular um esquema de financiamento e logística ao garimpo ilegal. Pires também foi detido e é investigado. Porém, ele foi ouvido e liberado. Já Matheus, segue detido na sede da Polícia Federal de Santos e deve passar por uma audiência de custódia.
Segundo a PF, a operação apura a movimentação de R$ 250 milhões de garimpos de cassiterita, minério usado para a produção de tintas, plásticos e fungicida, extraídos da Terra Indígena Yanomami, em Roraima.
No mesmo dia, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão no apartamento do artista, em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina.
Além disso, a ação policial também acontece nas cidades de Boa Vista (RR), Mucajaí (RR), São Paulo (SP), Santarém (PA) e Uberlândia (MG), conforme o portal oficial da PF.
Um inquérito aponta que Pires teria recebido R$ 1 milhão de uma mineradora. Foi determinado pela Justiça, o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.
Alexandre Pires
Em nota pública, o advogado de defesa do cantor, Luiz Flávio Borges D’Urso, disse que Pires não tem envolvimento com o crime.
“Na qualidade de advogado do cantor e compositor Alexandre Pires, vimos a público, diante das notícias veiculadas pela mídia em geral, esclarecer que o cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena. Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística. Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome. Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira”, escreveu o advogado.
A Opus Entretenimento, que tem entre seus executivos Matheus Possebon, e é responsável pela gestão da carreira de Alexandre Pires, também se manifestou e informou desconhecer qualquer atividade ilegal relacionada a funcionários e parceiros da empresa. Em relação ao cantor manifestou solidariedade ao artista e disse que segue confiando na idoneidade dele e no completo esclarecimento dos fatos.
Operação Disco de Ouro
Ainda de acordo com a PF, a operação faz parte de outra ação, deflagrada no início de 2022, quando foram apreendidas 30 toneladas de cassiterita da Terra Indígena Yanomami, que seriam levados para fora do país.
O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” de cassiterita retirada ilegalmente da TIY, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba, no Pará, e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
De acordo com a PF, foram identificadas transações financeiras que relacionaram toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
As investigações seguem em andamento.