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Santos / Meio Ambiente

Cobras na praia de Santos? Saiba o porque dessa “visita indesejada”

O secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório, explicou que a Baixada Santista é uma região de Mata Atlântica e que os animais podem ter vindo com uma chuva forte, aparecendo na praia. 

 

Foto: Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR)

Por Vinícius Farias 

Duas cobras foram encontradas nas Praias de Santos nos últimos dias, gerando medo em alguns banhistas, que frequentam o local. Uma delas apareceu na Praia da Pompéia, no Canal 2, no último sábado (13). 

O animal é uma cobra jararaca (Bothrops jararaca) e foi visto por um surfista, que acionou os guarda-vidas que, com o auxílio da Guarda Civil Municipal (GCM), recolheu o animal. Ninguém ficou ferido. 

O animal foi encaminhado ao Orquidário Municipal, onde após análise, foi solto numa região de mata mais afastada, no habitat natural.

Cobra na Aparecida 

Foto: Reprodução

A outra serpente, conhecida como cobra d’água (Erythrolamprus miliaris), apareceu na Praia da Aparecida, entre os canais 5 e 6, na manhã da última segunda-feira (15).

A cobra foi vista por banhistas e conseguiu fugir. De acordo com testemunhas, o animal, que não é venenoso, estava agitado e dando botes. 

A Prefeitura de Santos informou que a Guarda Civil Municipal (GCM) recebeu uma ligação pelo telefone 153 relatando o ocorrido. Porém, por falta de informações, não foi possível atender a ocorrência.

O que as cobras faziam ali?

Foto: GBMAR / Reprodução

O secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório, explicou que as duas espécies são nativas da Mata Atlântica e que a Baixada Santista está dentro dessa região. “Nós estamos dentro da Mata Atlântica. Nós temos várias áreas, como a própria praia do Sangava, aqui em frente, tem o Parque Xixová Japuí. Há várias áreas de mata preservadas aqui. E numa vazão de rio forte, numa chuva forte, esses animais acabam se deslocando, sendo levados e vêm parar na praia.

Libório também ressalta que as pessoas não devem chegar perto dos animais. “Se você observar algum desses animais, não toque e não mexa. Avise a Guarda Ambiental através do telefone 153, para que a gente possa recolher, levar e devolver à natureza.”

Sobre os animais

Jararaca

Conforme o Instituto Butantan, a jararaca é venenosa e uma das serpentes mais comuns do sudeste do Brasil.

Ela pode ser encontrada da Bahia até o Rio Grande do Sul, associada à Mata Atlântica, e eventualmente em algumas regiões do Paraguai e da Argentina que fazem fronteira com o Brasil. Os alimentos preferidos da jararaca são pequenos mamíferos, mas quando jovem ela costuma comer anfíbios, lagartos e lacraias.

“Os principais sintomas da picada de uma jararaca adulta em humanos são dor e inchaço local, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento no ferimento. Também podem ocorrer sangramentos em mucosas, como nas gengivas e nariz. As complicações podem provocar infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal aguda. De acordo com o Ministério da Saúde, o grupo das jararacas é o maior causador de acidentes com cobras no país, o que representa 69,3% das picadas registradas no Brasil em 2022, e é responsável por mais de 72% dos casos no estado de São Paulo, de acordo com informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)”, finaliza o instituto.  

Cobra d’água 

Segundo o Butantan, a Erythrolamprus miliaris é encontrada em ambientes alagados ou próximos a cursos de água. Por ser não peçonhenta (venenosa), é considerada inofensiva aos humanos e pode ser encontrada em todos os biomas brasileiros, com exceção dos Pampas.

“A coloração da cobra-d’água pode variar de acordo com a região onde vive, mas de maneira geral apresenta variações de preto com amarelo ou preto com tons esverdeados. As de Mata Atlântica, por exemplo, costumam ter as cores preta e amarela, bem brilhante e contrastada”, explica o Instituto. 

“A cobra d’água é essencialmente diurna e bastante ativa, e sua alimentação é, principalmente, formada por anfíbios e peixes. Ela é uma ótima nadadora e uma curiosidade é que as fêmeas são maiores que os machos, podendo chegar a mais de 90 cm de comprimento, mas geralmente apresentam tamanhos mais modestos próximos a 60 cm”, finalizou.