Uma equação desfavorável prejudicou o fluxo de caixa do Santos. A matemática é simples: o Alvinegro recebeu cerca de R$ 20 milhões de prêmio por acertar com a TV Globo as transmissões de jogos em pay-per-view e TV aberta entre 2019 e 2024 e usou o valor para pagar impostos atrasados desde junho de 2017, em dívida deixada pelo ex-presidente Modesto Roma Júnior. Em janeiro, haviam sido quitados R$ 2 milhões. Em março, outros R$ 18 milhões foram pagos à Receita Federal.
O LANCE! apurou que o Peixe não tentou parcelar o valor ou entrar em acordo com a Receita, que pressionou o clube pelo pagamento. O Santos correu o risco de ser retirado do PROFUT (Programa de refinanciamento de dívidas), que exige como contrapartida a responsabilidade fiscal dos clubes de futebol. Os R$ 18 milhões pagos em março são referentes à retenção de IRRF (Imposto de renda retido na fonte), algo que poderia caracterizar apropriação indébita, crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro.
Há na atual diretoria santista quem entenda que o valor poderia ser pago pelo Peixe em parcelas mais suaves, sem que fosse gasto o valor total de luvas recebidas da Globo, já que a expectativa era de fazer mais contratações para o elenco principal. Gastar os R$ 20 milhões apenas com impostos praticamente minou o poder de investimento do clube, que ainda tenta a contratação de um meio-campista. Um centroavante também está nos planos.