Na sessão da Câmara Municipal de 21 de dezembro de 1915, sob a presidência do vereador Freitas Guimarães Sobrinho, o prefeito municipal, Sr. Carlos Affonseca, comunicou que a Companhia Santista de Habitações Econômicas, que estava construindo a Vila Operária, entre a Rua Carvalho de Mendonça e a Rua Manuel Galeão Carvalhal, junto ao Canal 2, requerera que esse núcleo habitacional tivesse a denominação de Vila Belmiro.
Antes de ter sua Praça de Esportes, inaugurada no dia 12 de outubro de 1916, o Santos disputou na Baixada Santista entre os anos de 1912 a 1915, 34 partidas, sendo 14 no campo da Avenida Ana Costa, 22 (onde hoje se encontra a Paróquia Imaculado Coração de Maria), duas partidas em São Vicente e também jogou uma vez no campo do Santos AC, o Clube dos Ingleses, no bairro do José Menino.
Entre os anos de 1915 até a inauguração da Vila, o time jogou 17 partidas no campo da Liga Santista na Avenida Conselheiro Nébias. Até hoje o Alvinegro disputou no Estádio Urbano Caldeira 2431 partidas com 1539 vitórias, 489 empates e 403 derrotas, com 5957 gols marcados e 2808 gols sofridos.
O nascedouro da Praça de Esportes
A partir do ano de 1915 começou a se concretizar o sonho do clube ter sua própria praça de esportes. Tal assunto foi tratado pela primeira vez na reunião da Diretoria, no dia 14 de julho de 1915, presidida por Agnello Cicero de Oliveira.
No trecho da ata redigida manualmente pelo primeiro secretário Urbano Caldeira consta que foi designada uma comissão para tratar do assunto da construção de um campo de futebol formada pelos senhores, Luiz Suplicy Filho, Harold Cross, Sebastião Arantes e Francisco Viriato Correa.
A inauguração da praça de esportes adquirida pela diretoria do Santos, marcada para o dia 20 de agosto de 1916, devido ao falecimento do Dr. Álvaro de Oliveira Ribeiro, então vice-presidente do clube, foi adiada para o dia 12 de outubro.
No dia do evento aconteceram várias solenidades e brincadeiras entre os associados. É o adeus aos jogos nos campos situados na Ana Costa e Conselheiro Nébias. O campo da Villa Macuco continuou sendo usado para os jogos da liga interna do clube.
A área de 16.650 metros quadrados no bairro da Vila Belmiro foi comprada em 19 de junho de 1916, na gestão do presidente Agnello Cícero de Oliveira, que tinha como vice o Dr. Álvaro Ribeiro. Essa área pertencia à Companhia de Habitações Econômicas, tendo custado aos cofres do clube, em valores da época, 66 contos e 660 mil réis.
A diretoria antecipou as prestações cujo prazo final era de 10 anos, liquidando a dívida em 1922 e pagando a mais 35 contos de réis. As áreas visitadas antes para a compra do terreno foram a primeira na Rua José Clemente Pereira com a Rua João Caetano e o terreno onde hoje está o imóvel da Beneficência Portuguesa.
Em 22 de maio de 1989, houve a confirmação da posse definitiva do terreno e o registro da escritura foi feito no 3º Cartório de Notas de Santos. A escritura original redigida a mão, datada de 1922, foi registrada na 1ª Comarca de Santos.
O estádio recebeu o nome do patrono do clube Urbano Villela Caldeira Filho em 24 de março de 1933, por indicação de Ricardo Pinto de Oliveira.
Por Guilherme Gomez Guarche, Centro de Memória