De acordo com a administração municipal, a Estação de Telessaúde será utilizada tanto para ações educativas, dentro do ambiente escolar, quanto para assistência à população.
Da redação
Santos ganhou, nesta segunda-feira (11), a primeira Estação de Telessaúde Integrada de Bem-Estar do Brasil dentro de uma escola municipal: a UME Cidade de Santos, localizada na Av. Senador Dantas, 410, no Embaré. Segundo a prefeitura, a iniciativa é fruto de uma parceria entre o poder público, por meio do Programa Santos Jovem Doutor (SJD), com a Disciplina de Telemedicina da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com a administração municipal, a Estação de Telessaúde será utilizada tanto para ações educativas, dentro do ambiente escolar, quanto para assistência à população. Intergeracionalidade será o tema do SJD para o ano de 2024, programa que integra as secretarias de Saúde e Educação (Seduc). Já os fluxos de atendimento em saúde dentro da estação ainda serão definidos.
O lançamento foi possível a partir da instituição do decreto municipal 10.235 (Diário Oficial de 6 de novembro, pág. 17), que regulamenta as ações e serviços de telessaúde na Administração Municipal e que os prevê nas escolas por meio do Programa Saúde na Escola (PSE) e o SJD.
Até fevereiro, a estação permanecerá em exposição na escola. A perspectiva é de que outras unidades municipais de ensino passem a contar com uma unidade de teleassistência em 2024.
“O Santos Jovem Doutor não se resume à Saúde e à Educação, mas também promove Cidadania e Direitos Humanos. Está muito claro o resultado do SJD na vida dos nossos alunos e no desenvolvimento da sociedade”, destacou Renata Bravo, vice-prefeita de Santos e secretária da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, que esteve presente no evento que contou com também com representantes do Legislativo e da sociedade civil.
Sobre a estação
A estação de teleassistência é uma espécie de cabine, projetada para que a pessoa se sinta acolhida, como se estivesse na sala de estar da própria casa. “Trouxemos cores e formas para humanizar o local e para dar vida a algo significativo, que tem o objetivo de proporcionar bem-estar”, explica Mariana Chao, arquiteta responsável pelo projeto da estação, ao lado de Carlos Vinícius Nascimento de Araújo.
Internamente, a alta tecnologia impera. Três câmeras permitem a realização de monitoramento 360 graus do usuário e não é necessário fazer a limpeza da forma tradicional porque a estação é auto-higienizável.
“Para garantir a qualidade do ar e reduzir a disseminação de doenças, instalamos uma luz UV-C central que faz sanitização do ambiente quando não há ninguém dentro da estação. Já para a limpeza terminal, uma vez por semana, o oxi-sanitizador é usado, quando não houver ninguém dentro da estação e ela estiver lacrada. Trata-se de um equipamento que libera o gás ozônio, altamente reconhecido por seu poder saneante”, explica Mariana Chao.
Embora seja dotada de vários equipamentos, inclusive tela em LED para comunicação com o profissional que fará a consulta, o uso da cabine foi projetado para ser feito de forma bastante intuitiva.
Cores e contrastes do piso foram pensados para auxiliar pessoas com baixa visão. Nas laterais há dispositivos assinalados com ícones que guardam o medidor de pressão arterial, termômetro, oxímetro e balança de bioimpedância (outros podem ser inseridos, conforme a necessidade).
Do lado externo da cabine, uma tela de LED transmite vídeos educativos de saúde e banners expõem informações sobre o funcionamento dos órgãos humanos. Ainda no lado de fora da estação, foi colocado um aquário com peixes de água doce e, ao redor, peças impressas em 3D que remetem a partes do corpo humano.
O projeto pioneiro da estação de telessaúde em Santos foi apresentado no dia 8 de novembro, na Câmara dos Deputados, pelo Prof. Dr. Chao Lung Wen, responsável pela disciplina de Telemedicina da USP.
Eixos para a atuação da telessaúde nos próximos anos
Ensino Superior (como campo de estágio de cursos de graduação e residências dos cursos da área da Saúde)
Educação Básica (estações de telessaúde nas escolas)
Criação de teleambulatórios biopsicossociais, que visem ao cuidado integral do paciente (orgânico, psicológico e social), inclusive após internações em ambiente hospitalar, já que há pacientes que retornam ao leito do hospital após 35 dias por não executarem corretamente os cuidados em casa
Telessaúde do viajante – para monitoramento da saúde de passageiros e tripulantes de transatlânticos, mas também de navios mercantes e acompanhar potenciais riscos aos funcionários dos portos
Telessaúde do trabalhador
Transpor barreiras socioeconômicas, culturais e, sobretudo, geográficas, para que os serviços e as informações em saúde cheguem a toda a população
Maior satisfação do usuário, maior qualidade do cuidado e menor custo para o SUS
Atender aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada no paciente; redução de filas de espera
Redução de tempo para atendimentos ou diagnósticos especializados
Evitar deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais de saúde
A ação, realizada em Santos desde 2015, é desenvolvida com alunos de 7º, 8º e 9º anos da rede municipal em uma parceria entre a Seduc, SMS e a Faculdade de Medicina da USP, por meio da disciplina de Telemedicina.
Segundo a prefeitura, o programa promove ações de valorização da ciência, prevenção e promoção da saúde, incentivando a cidadania e as relações interpessoais. Os jovens tornam-se multiplicadores dos temas trabalhados nas escolas, famílias e comunidades. São utilizadas ainda imagens tridimensionais do corpo humano, recursos de computação gráfica, educação a distância e produção de estruturas por meio de impressoras 3D. Até hoje, mais de 3.000 estudantes já foram beneficiados pelo programa em 16 unidades municipais.