A van passará nas maternidades infantis para recolher o leite doado, que será destinado ao Banco de Leite Humano.
Foto: Divulgação / Prefeitura de Santos
Da redação
No mês do 11º aniversário do programa Mãe Santista, que cuida da mãe e do bebê do pré-natal ao segundo ano de vida, a Prefeitura de Santos lançou, nesta sexta-feira (3), mais uma iniciativa voltada à preservação da saúde dos pequenos. É a unidade móvel de coleta de leite humano, que funciona em uma van totalmente equipada para esta finalidade.
A medida é inédita em Santos e promoverá uma parceria com o Governo do Estado, que detém o único banco de leite público do Município, no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), onde o alimento é pasteurizado.
Após o processo, ele poderá ser oferecido aos bebês (prematuros ou não) internados nas UTIs neonatais dos hospitais Guilherme Álvaro (estadual), Silvério Fontes e Estivadores (municipais), bem como em maternidades de outras cidades da região. A expectativa é aumentar a quantidade de leite doado e, consequentemente, fortalecer a saúde dos bebês em UTI.
Segundo a Prefeitura, a van passará nas maternidades infantis para recolher o leite doado, que será destinado ao Banco de Leite Humano. Também percorrerá a cidade de Santos de ponta a ponta, inclusive nas policlínicas, especialmente nos dias de grupo de aleitamento materno, orientando sobre a importância da amamentação e convidando as mães a doarem o leite, cuja ordenha é realizada dentro da van. Afinal, quanto mais se retira o leite, mais o organismo o fabrica, beneficiando também o próprio filho.
Em Santos, a prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil evitável e o leite materno é o melhor alimento para os que não podem sugá-los diretamente em sua mãe e lutam pela vida nas incubadoras. “A van não é mais uma entrega pelo Município, é a realização de um sonho. Enquanto crianças estiverem perdendo vidas, estaremos persistindo em salvá-las”, afirma a vice-prefeita Renata Bravo.
A pediatra Keiko Teruya, referência nacional em aleitamento materno e cujo nome batiza o Banco de Leite do HGA, informa que o leite materno contém cerca de 1.400 nutrientes. “Um bebê prematuro de 500 gramas pode ser tornar um adulto feliz. Toda a riqueza de que ele necessita está no leite materno”, disse ela, representando a Rede de Amamentação da Costa da Mata Atlântica.
Com a proposta da van em andamento, o HGA precisou adquirir novos equipamentos para ampliar a capacidade de armazenamento de leite. “A van era a chavinha que estava faltando pata aumentar a quantidade de doações. Só tenho a agradecer”, pontuou Rafaelly Grossi Tarla Menezes, nutricionista do Banco de Leite do HGA.
Composta por equipamentos e mobiliário específicos, como poltronas de amamentação, a van reproduz um posto de coleta de maternidade, oferecendo conforto à mãe, já que todos os detalhes foram pensados para esta finalidade, como a escolha das cores, em tons pasteis. O ambiente é 100% climatizado, dentro das normas voltadas à prevenção de infecções.
A ordenha do leite poderá ser realizada por até duas mães simultaneamente. Para garantir a privacidade e o conforto, estarão separadas por uma baia. Elas serão orientadas por uma equipe técnica que foi capacitada para atuar na van. O leite doado é armazenado em um refrigerador até a entrega ao Banco de Leite.
A aquisição do veículo e a equipagem foram feitos pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Atenção Primária à Saúde.
Conforme a administração municipal, o leite materno é o alimento mais completo para o bebê. Existem alguns nutrientes que não são possíveis reproduzir em laboratório e, portanto, não estão contidos nas fórmulas, como os anticorpos e as células de defesa.
Somente o leite materno é capaz de proteger os bebês contra infecções (diarreias, pneumonias, meningites, infecções de ouvido, bronquites e outras), de prevenir alergias (de intestino, pele, nariz e pulmão), doenças crônicas no futuro (diabetes, obesidade, hipertensão arterial e doenças do coração) e até diminuir a chance de desenvolver alguns tipos de câncer, como leucemias.
O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento exclusivo até o 6º mês de vida do bebê, quando outros alimentos podem ser introduzidos. Recomenda-se a oferta do leite materno até os 2 anos de idade.