A Rodovia Régis Bittencourt (BR-116), principal ligação entre o Sul o Sudeste do paÃs, foi totalmente duplicada, após dez anos de ser privatizada. O trecho mais perigoso, a Serra do Cafezal, foi inaugurado na terça-feira (19). A cerimônia de entrega ocorreu no Km 362, na altura do municÃpio de Miracatu, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Com a duplicação, espera-se que a rodovia perca o tÃtulo de “Rodovia da Morte”.
A abertura das novas pistas da Régis Bittencourt foi um momento de festa, com a presença de autoridades, um marco para deixar para trás uma história de tragédias.
Com 496 quilômetros, a estrada é corredor de transporte também do Mercosul: 60 % dos mais de 25 mil veÃculos que passam na via por dia são pesados. Peso demais para as pistas construÃdas nos anos 60. O caminho estreito, lento e acidentado passou a dar prejuÃzos.
Por tudo isso e, principalmente, pelos acidentes, a Régis ganhou o codinome de “Rodovia da Morte”. Só em dois acidentes, em 1993, foram 77 mortos. Os protestos se multiplicaram, mas as obras de duplicação se arrastaram.
Em 2008, as obras e a administração da Régis foram concedidas para a iniciativa privada. A duplicação total deveria ser concluÃda em 2013, mas os desafios ambientais e desapropriações atrasaram de novo a entrega.
Todo motorista que passa pela rodovia tem uma história ruim para contar. Lembranças que todos querem deixar para trás. As pistas duplas, nos 30 quilômetros da Serra do Cafezal, cortam a floresta e passam pelo meio das rochas. Quatro túneis e 39 pontes foram construÃdos pela concessionária Arteris, com o custo de R$ 1,3 bilhão financiados pelo BNDES.
Na Serra do Cafezal, o asfalto das pistas do sentido Curitiba (PR) só serão recapeados nos próximos meses.