Por Alexandre Piqui

A família de Valdomiro de Jesus, de 58 anos, está indignada com o atendimento prestado pela UPA Central de Santos. O pedreiro deu entrada na unidade de saúde, no dia 09 de março, após se ferir quando pisou no entulho de uma obra em que trabalhava. Com o pé necrosado, ele recebeu alta para ser atendido em São Vicente, onde mora. Fato contestado pelos familiares.

De acordo com a sobrinha Silvana Maria de Jesus, depois do incidente eles foram à Unidade de Pronto Atendimento que fica no bairro Vila Mathias. A médica informou que por conta da diabetes, o machucado tinha infeccionado. “Ela falou que ia pedir internação para fazer alguns exames, pois achava que seria necessária a amputação�, explica Silvana ao portal Mais Santos.

O paciente que também é hipertenso ficou 13 dias internado esperando uma vaga para a cirurgia. Neste período, recebeu atendimento, mas nada do procedimento cirúrgico. A infecção evoluiu e tomou conta da perna direita dele.

“Ontem [quinta-feira (19)] ligaram [da UPA] para falar que ele estava de alta. Mas a pressão estava 19 por 6, a diabetes 406 e a ferida só aumentando. Ele é um homem que não põe mais o pé no chão, ele não vai ao banheiro, não se alimenta direito, tudo o que ele faz é na cama. Precisa de acompanhante noite e dia�, comenta a sobrinha.

Ela ainda acrescenta. “Nós não temos como manter ele dentro de casa com essa ferida no pé. Como a gente vai fazer para higienizar essa ferida? Para fazer curativo?�, desabafa.

Na ficha do paciente, o resumo revela a infecção e a gravidade do ferimento. O texto diz o seguinte:

“Paciente munícipe de São Vicente deu entrada na unidade no dia 09/03/2020 com dor no pé direito após ter cortado o 5° podactilode pé direito havia uma semana. Realizou exames laboratoriais que evidenciou leucocitose com desvio caracterizado infecção local. Ficou internado na unidade por 10 dias em tratamento com Rocefin e Clindamicina com melhora clínica e laboratorial. No momento, paciente com necrose + área de flutuação em face dorsal do pé direito e necrose de 3°, 4° e 5° pododáctilo esquerdo, compensado clinicamente e com necessidade de avaliação de especialidade.�

O portal Mais Santos pediu uma resposta à Secretaria de Saúde de Santos. Em nota, a pasta informa “que o paciente, morador de São Vicente, recebeu assistência da equipe multiprofissional da UPA Central para estabilização do seu caso, recebendo alta para tratamento ambulatorial na sua cidade de origem.�

A família pediu uma ambulância para a remoção até o Hospital Municipal de São Vicente devido às dores do paciente. O pedido também foi recusado. Na resposta a secretaria diz que “as remoções de ambulâncias são realizadas para transferências de pacientes da unidade de pronto atendimento para serviços e internações hospitalares.�

A sobrinha está revoltada em ver a maneira como o tio tem sido tratado. “Ele está pior do que quando entrou e eu vou procurar nossos direitos�.

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