Da Redação
A Prefeitura de Bertioga adotou protocolos mais rígidos para as pessoas que se recusarem a receber a vacina contra a Covid-19 de determinado fabricante. Quem rejeitar o imunizante disponível nos postos em razão da marca terá de assinar um termo de responsabilidade e será colocado no final da fila do calendário de vacinação. O decreto municipal foi publicado no Boletim Oficial desta quinta-feira (8) e começa a valer a partir de segunda (12).
As informações dos desistentes que assinarem o documento serão armazenadas em um banco de dados, o que permitirá o bloqueio e cancelamento de agendamento online, procedimento necessário para receber a vacina no município.
As pessoas que se enquadrarem nessa situação, terão de aguardar a conclusão do processo de imunização de toda a população acima de 18 anos da cidade, para receber a vacina e não poderá escolher o fabricante quando chegar a sua vez.
De acordo com o prefeito Caio Matheus, a medida tem o objetivo de coibir essa prática que coloca em risco não só a vida de quem recusa a vacina, mas também a saúde pública. “A atitude dessas pessoas, chamadas de ‘sommeliers de vacina’, não tem apenas consequências individuais, mas coletivas e atrasam o avanço da imunização da população. Todas as vacinas têm eficácia comprovada. A melhor vacina é a vacina no braço”, afirma.
A secretária de Saúde, Janice Silva Santos, reforça a importância da vacinação. “Independente do laboratório, todas as vacinas são eficazes, reduzem a circulação do vírus, contribuem para evitar as formas graves da doença e os óbitos em decorrência da Covid-19”, afirma.
Itanhaém
A partir de agora em Itanhaém, quem escolher a vacina irá obrigatoriamente para o fim da fila. O sistema de cadastramento do site da Prefeitura de Itanhaém permitirá novo reagendamento, com o mesmo CPF, mas a vacinação só acontecerá no final da campanha. Em caso de reincidência o CPF ficará travado e novo reagendamento não será possível.
Com mais de cinco meses de vacinação contra o Covid-19 e quatro imunizantes diferentes disponíveis para o público, a campanha enfrenta outro desafio além da pandemia, à busca por escolher o fabricante da vacina no momento em que a pessoa recebe a primeira dose. Tal atitude tem preocupado a Vigilância Epidemiológica, responsável pela imunização no município.
Ainda que no Brasil a imunização esteja em ritmo lento, Itanhaém tem mostrado eficácia na vacinação. Até hoje, a cidade já vacinou 51,36% dos moradores, com pelo menos a primeira dose, segundo o vacinômetro do Governo do Estado de são Paulo.
Segundo a diretora da Vigilância Sanitária, Sandra Gomes, enquanto algumas pessoas esperam uma dose específica, elas continuam sem imunização, e correm o risco de se infectar com o coronavírus. “Ao chegar aos postos, depois do agendamento, algumas pessoas querem escolher o fabricante. Esse comportamento pode atrasar o processo de proteção da população, e consequentemente o fim da crise sanitária”, explicou.
A cidade já recebeu 74.541 doses dos laboratórios Butantan (Coronavac), Oxford (AstraZeneca), Pfizer/Biontech e Janssen (Johnson & Johnson). “Existe um intervalo diferente entre a primeira e a segunda dose, de acordo com os fabricantes, mas após o ciclo vacinal estar completo, com 28 dias ou em 12 semanas, a imunização tem sempre o mesmo efeito. O mesmo acontece com a vacina de dose única”, afirmou a diretora.
A Secretaria de Saúde informou adotou o seguinte protocolo: ainda que agendado, ao recusar receber a vacina disponível, o agendamento é cancelado e o interessado irá para o fim da fila, já que o sistema não permitirá reagendamento.
Sandra também lembra que as reações e efeitos colaterais são comuns em qualquer vacina e que isso não tem qualquer relação com a diminuição do efeito ou não do imunizante.
É válido lembrar, que até o momento, todas as vacinas disponibilizadas para o município, foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com condicionantes específicos. A CoronaVac, é uma vacina adsorvida inativada, fabricada pela Sinovac (China) e Instituto Butantan (Brasil); AstraZeneca, vacina recombinante, fabricada pela AstraZeneca, Oxford e Fiocruz e a Pfizer, vacina RNA mensageiro (RNAm), fabricada pela Pfizer e BioNTech. Já a vacina Janssen, de dose única, é uma vacina recombinante de vetor viral, utilizando adenovírus humano não replicante que expressa a proteína S do SARS-CoV-2.
Outras cidades da Baixada Santista
Em Santos, a informação é de que até o momento não há previsão da cidade adotar sanção àqueles que preferem não se vacinar. Em Praia Grande ainda não há estudos nesse sentido.
Já as Prefeituras de Guarujá e de São Vicente, por meio de suas Secretarias de Saúde, informam que estudam medidas para essas pessoas que desejam escolher o imunizante que vão tomar, caso do termo de responsabilidade.
A Prefeitura de Peruíbe informou que, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, quem não aceita determinada vacina já assina a recusa na ficha do agendamento e, consequentemente, só pode tomar novamente após fazer um novo.
Já a Prefeitura de Mongaguá declara que ainda não registrou casos a respeito do assunto. Por isso, até o momento, apostará em ações de conscientização para toda a população.
Em Cubatão, a Secretaria de Saúde informou que não registrou manifestações de pessoas não aceitando qualquer uma das vacinas disponíveis na cidade: Coronavac, Astrazeneca, Pfizer ou Janssen. E que a oferta de vacinas na cidade busca a imunização do maior número possível de pessoas. Assim, os critérios de distribuição são os seguintes: seguindo orientação do Ministério da Saúde, gestantes não tomam Astrazeneca; por outro lado, como a Janssen é vacina de dose única, as doses desse fabricantes estão sendo direcionadas a pessoas em situação de rua ou com comorbidades, garantindo assim o acesso a quem tem mais dificuldade de locomoção ou vulnerabilidade.
Foto: Renato Inácio/Divulgação Prefeitura Municipal de Bertioga