De acordo com a apuração, eles estão acolhidos nas dependências do Sindicato dos Químicos da cidade, no bairro Solemar.
Foto: João Nogueira/Futura Press/Folhapress
Vídeo: Instagram /Juliana Cardoso (PT-SP)
Por Vinícius Farias
Cerca de 170 migrantes afegãos, que estavam temporariamente no Aeroporto de Guarulhos, foram transferidos para uma colônia de férias em Praia Grande. De acordo com a apuração, eles estão acolhidos nas dependências do Sindicato dos Químicos da cidade, no bairro Solemar. O trabalho está acontecendo em parceria com o governo de São Paulo, prefeitura de Praia Grande, Acnur, Cáritas e outras entidades da sociedade civil envolvidas com a temática. A princípio, eles vão ficar apenas 30 dias no local.
Decisão
A decisão de refugiar os imigrantes afegãos partiu da deputada federal Juliana Cardoso (PT-SP). A parlamentar contatou o vereador Hélio Rodrigues (PT), da capital, que reservou o espaço de forma provisória.
“Trata-se de um encaminhamento com estadia emergencial até que se estruture uma ação conjunta para acolher de fato os imigrantes, que têm vistos humanitários e não estão em situação irregular no país”, explicou Juliana.
De acordo com a Prefeitura de Praia Grande, uma reunião entre a prefeita da Cidade, Raquel Chini, e o ministro da Justiça, Flavio Dino Farabolini, na noite desta sexta-feira (30), selou um acordo entre o Município e o Governo Federal para que os 170 refugiados afegãos pudessem desembarcar na Cidade.
Em suas redes sociais, o ministro Flavio Dino disse que devemos dar o exemplo. “o Ministério da Justiça está executando a transferência de cidadãos afegãos a estabelecimento hoteleiro, devidamente contratado. Eles estavam acampados no aeroporto de Guarulhos, sem condições sanitárias. O Brasil tem leis e nós estamos cumprindo. Esperamos das demais autoridades públicas idêntico comportamento. Lembro que há milhões de brasileiros morando em outros países e sempre desejamos que eles sejam respeitados. Então devemos dar o exemplo na nossa casa”, declarou o ministro.
Em nota, a administração municipal informou, que a prefeita Raquel Chini solicitou ao ministro as seguintes condições para a permanência dos afegãos na Cidade: policiais federais ou estaduais na porta da colônia com viaturas para controle de acesso, medida necessária por precisarem de isolamento e para que não sejam diminuídas as equipes de segurança da cidade; montagem de um ambulatório com, no mínimo, dois médicos e equipes para atendimentos e tratamentos; roupas de cama e banho para trocas diárias no enfrentamento à sarna, intérprete, convênio para o pagamento de exames laboratoriais e outros necessários e definição de um prazo de estadia. O Corpo de Bombeiros será acionado para dar total respaldo e as orientações necessárias para que possam ficar em segurança no local.
Surto de sarna
Ao menos 20 refugiados afegãos foram diagnosticados na semana passada com escabiose, doença popularmente conhecida como sarna.
O surto foi confirmado no último domingo (25) por médicos de ONGs que atuam no auxílio das famílias recém-chegadas ao Brasil.
A sarna, também chamada de escabiose, é uma doença contagiosa que se caracteriza por provocar coceira intensa na pele. É causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, variedade hominis, e o contágio ocorre por contato direto com o paciente ou objetos contaminados.
A sarna se espalha rapidamente por meio do contato físico nas famílias, escolas ou casas de repouso.