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Região / Saúde

Alzheimer: Abraz pede diagnóstico precoce e tratamento na rede pública

Por Bárbara Farias

O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa, ou seja, que não tem cura, porém, especialistas afirmam que é possível estacioná-la preservando a autonomia e a qualidade de vida do paciente por anos a fio. E a única forma de desacelerar a evolução da doença é fazendo o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento o mais rápido possível. A afirmação é de especialistas que fazem parte da Associação Brasileira de Alzheimer de Santos (Abraz Santos).

A Abraz é uma associação nacional formada por grupos de apoio de cuidadores-familiares. O núcleo de Santos promoverá no Dia Mundial do Alzheimer, 21 (sábado) e no dia 22 (domingo), o IV Evento do Dia Mundial da Doença de Alzheimer cujo tema é “Memória, a guardiã da nossa históriaâ€.

O objetivo do encontro é sensibilizar autoridades e órgãos públicos a desenvolverem ações que ofereçam o rápido diagnóstico da doença, o tratamento e o acompanhamento do paciente. O evento será realizado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)-Campus Baixada Santista, à Rua Carvalho de Mendonça, 144, na Vila Mathias, das 8h30 às 17h15.

No período da manhã, a programação é voltada aos profissionais da área da saúde e à tarde, aos cuidadores. As vagas são limitadas e as inscrições, gratuitas, são feitas online.

Os profissionais devem se inscrever clicando em https://forms.gle/faMf6CpqkbALyaBU8 e os cuidadores, em https://forms.gle/s1aM2C7L15H5bVYZ6.

Caminhada

No domingo (22), será realizada a 1ª Caminhada de Conscientização da Doença de Alzheimer na Baixada Santista. A concentração será às 8h, na Praça das Bandeiras (orla do Gonzaga).

A caminhada seguirá pela avenida da praia até o canal 4, em frente à Basílica Santo Antônio do Embaré, onde haverá apresentação do Instituto Andaluz Casal Flamenco. Os eventos têm apoio da Prefeitura de Santos.

“Queremos não somente conscientizar a população a procurar o diagnóstico antes de a doença se instalar, mas mobilizar as políticas públicas para dar acesso a essa pessoa obter o diagnóstico mais rápidoâ€, afirmou a geriatra Alcineide Correia, tesoureira da Abraz.

Segundo Alcineide, atualmente um paciente espera até seis meses por um diagnóstico da doença de Alzheimer, na rede pública de saúde. “Então, a gente tem que fazer com que esse diagnóstico seja feito mais rápido, tão logo esse paciente procure o serviço de saúde para instituir o tratamento o mais rápido possível. É preciso lembrar que a doença de Alzheimer não exige somente um tratamento medicamentoso e multidisplinar. Então, ele tem que ter acesso a todos esses tratamentosâ€.

A especialista explica que “quanto antes iniciar o tratamento medicamentoso e as intervenções multidisciplinares, pode-se desacelerar o processo. Quanto precoce possível for o diagnóstico, muitas vezes, a doença estaciona no estágio em que está quando o paciente foi diagnosticado, por muitos e muitos anosâ€.

Alcineide ressalta que, com a doença estacionada, o paciente preservará sua autonomia e capacidade para fazer as próprias escolhas de sua vida, por muito mais tempo.

A presidente da Abraz na Baixada Santista, Marcia Novelli, explica que “O trabalho de estimulação não necessariamente serve para recuperar as funções, porque a gente está diante de uma doença degenerativa, mas tem uma grande potência na direção de desacelerar o processo de evolução da doença. Mas, a gente só consegue isso se tiver clareza da capacidade residual deles (pacientes). A gente vai tentar estimular o que eles ainda tem preservado e não tentar trabalhar na expectativa de resgatar o que eles perderamâ€, esclarece Marcia.

No último dia 11, representantes da Abraz ressaltaram sobre a necessidade de políticas públicas para o diagnóstico e tratamento da doença de Alzheimer, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Santos. O encontro foi uma iniciativa do vereador Antonio Carlos Banha Joaquim em atendimento ao pedido da associação.

Na ocasião, o chefe do Departamento de Atenção Especializada, da Secretaria de Saúde de Santos, Devanir Paz, comentou sobre o projeto de um Centro de Referência do Idoso em Santos. “A Fundação Lusíada, como a organização social que é, tem uma contrapartida com o Município e, entre várias coisas que foram compactuadas, está construindo um prédio na Rua Manoel Tourinho. Esse prédio está quase pronto e vai ser entregue ao município de Santos, provavelmente, em outubro. O município de Santos, através da Secretaria de Saúde, irá transferir o Ambesp, da Avenida Conselheiro Nébias, 199, para esse prédio. Esse prédio foi projetado para ser um Ambulatório Médico de Saúde, só que o município vai aproveitar a oportunidade e fazer um chamamento público para que as organizações sociais se candidatem a fazer a gestão compartilhada com o município deste Ambulatório Médico de Especialidades. No processo do próprio edital, entre tudo aquilo que nós queremos que tenha nesse ambulatório, nós estamos preconizando que ele tenha um centro neurológico de geriatria, que é para referenciar o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento dessas pessoas com doenças demenciais, em especial, o Alzheimer. Ali é que, realmente, nós vamos ter um Centro de Referência de Idoso para essa área de doenças demenciaisâ€, afirmou Devanir.