De acordo com o MPSP, o grupo tinha diversas empresas e elas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, em prefeituras e Câmaras Municipais.
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Da redação
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Polícia Militar (PM) deflagraram a Operação Munditia, nesta terça-feira (16), a fim de desarticular um grupo criminoso, associado a organização criminosa, Primeiro Comando da Capital (PCC), investigado por fraudes em licitação em todo o Estado.
Três pessoas foram presas na Baixada Santista, sendo o vereador e ex-presidente da Câmara de Cubatão, Ricardo Queixão, o advogado, Aureo Tupinamba, e a servidora pública, Fabiana de Abreu Silva.
De acordo com o MPSP, o grupo tinha diversas empresas e elas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, em Câmaras Municipais e Prefeituras. Várias cidades de São Paulo têm contratos sob análise. No Litoral, os municípios de Guarujá e Cubatão são analisados.
Entre os mandados expedidos para a Baixada Santista, três são de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. Ricardo Queixão e Fabiana de Abreu Silva foram presos em Praia Grande. Aureo Tupinamba foi detido em Santos. Ele é diretor da Câmara de Cubatão e também atuou na defesa do traficante de drogas, André do Rap, condenado há 25 anos de prisão, por tráfico de drogas, e é apontado como um dos líderes do PCC. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.
Em nota, a Câmara de Cubatão afirmou que tomou ciência da operação nesta manhã (16) e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.
De acordo com o promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro. As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e reparte os valores ilicitamente auferidos.
Participam da operação 27 promotores, 22 servidores e 200 policiais militares.