Luca Romano Angerami, de 21 anos, sumiu no dia 14 de abril, quando estava em uma adega no bairro Santo Antônio, em Guarujá. O cadáver do policial foi encontrado nesta segunda-feira (20), no morro da Vila Baiana.
Foto: Reprodução
Por Vinícius Farias
O corpo do soldado da Polícia Militar (PM), Luca Romano Angerami, de 21 anos, está sendo sepultado nesta terça-feira (21), no Cemitério do Horto, em Santana, na Zona Norte de São Paulo. O PM estava desaparecido há 36 dias. Ele foi visto pela última vez em uma adega, no bairro Santo Antônio, e indo em direção a uma “biqueira”, em Guarujá.
Coletiva esclarecedora
No final da tarde de segunda-feira (20), mesmo dia em que o corpo do jovem foi achado, a Polícia Civil realizou uma coletiva de imprensa para esclarecer os fatos sobre o caso.
Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), os depoimentos dos presos basearam a cronologia de como tudo aconteceu. No entanto, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) vai determinar a data que o PM morreu.
A motivação do crime seria por Luca se tratar de um policial militar, estando “no lugar errado, na hora errada”. Conforme a investigação, o PM foi identificado enquanto estava na adega, no bairro Santo Antônio. Lá, os bandidos teriam colocado o soldado em um carro e o levado ao final da Rua Chile, na Vila Baiana, onde Luca foi visto pela última vez, entrando em uma ‘biqueira’.
Durante o trajeto, o jovem foi levado a uma casa abandonada, local utilizado para o ‘Tribunal do Crime’. Assim que a sentença do policial foi dada, ele foi levado até uma clareira, no morro, onde foi executado e colocado em uma cova.
Por conta da repercussão do caso e as buscas da polícia, os criminosos resolveram trocar o corpo de local, para que ele não fosse encontrado, o levando em um ponto mais alto no morro.
De acordo com a Polícia Civil, o lugar exato onde o corpo dele foi enterrado só foi descoberto graças a ajuda de um colaborador, não identificado, que sinalizou onde ele estaria. Conforme o investigador, sem as informações, Luca não seria encontrado. Na segunda-feira (20), policiais do 1º e 5º Distritos Policiais de Santos caminharam durante duas horas seguindo a trilha deixada por essa pessoa para chegar no local.
Vídeo: Reprodução
Em um vídeo obtido pela reportagem é possível ver o momento que o corpo de Luca é encontrado. (veja o vídeo acima)
Barbeiro disse ainda que a identificação foi feita através das tatuagens do PM e, apesar dos 36 dias em que ficou enterrado, o cadáver do policial ainda não apresentava muitos sinais de decomposição por conta das condições geológicas e geográficas da região. No entanto, ele estava com marcas de cortes e tiros, além de ter uma corda ao redor do pescoço. Conforme a corporação, Luca ainda foi torturado pelo tribunal do crime antes de ser enterrado.
PM desaparecido
Vídeo: Reprodução
Luca Romano Angerami desapareceu na madrugada de 14 de abril, quando estava em uma adega no bairro Santo Antônio. Em um vídeo obtido pela reportagem é possível ver Luca no caixa do estabelecimento, conversando com um homem. (veja o vídeo acima)
Vídeo: Reprodução
Em imagens de câmeras de monitoramento é possível ver a vítima no início da manhã, caminhando com outro homem pelas ruas do bairro, em direção a uma “biqueira”. (veja o vídeo acima)
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), o veículo de Luca, um Toyota Corolla prata, foi localizado por policiais militares rodoviários em 14 de abril, por volta das 11h, no km 7 da Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Guarujá. Alguns objetos, como a chave do veículo, estavam dentro do carro, mas o celular da vítima não foi encontrado. A família de Luca rastreou o celular dele e a última atualização foi na manhã do mesmo dia, no Morro do São Bento, em Santos.
Até o momento, nove homens foram presos por serem suspeitos de participar do sequestro do PM. 12 corpos foram encontrados.
Família de policiais
Luca Romano é quadrigêmeo (nasceu junto com mais três irmãos) e de uma família de policiais. O jovem tem duas irmãs e um irmão, que também é policial, chamado de Luigi Romano Angerami. O pai deles, Renzo Borges Angerami, é investigador da Polícia Civil de São Paulo. A família também tem mais um policial. O avô de Luca, Alberto Angerami, está aposentado e já foi delegado-geral adjunto de São Paulo, corregedor geral da Polícia de São Paulo e presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
A vítima atuava no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), em São Paulo, mas morava em Santos.
Pai de Luca
Durante as buscas, o pai de Luca, Renzo Borges, fez vídeos pedindo empenho aos policiais na busca pelo filho dele. (Veja uma das publicações abaixo)
Vídeo: Reprodução