O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), tirou da pauta de julgamento o recurso do ex-jogador Robson de Souza, o Robinho. Ele apela contra a ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou o início imediato do cumprimento da pena determinada pela Justiça da Itália. O julgamento no plenário virtual do STF estava marcado para acontecer entre os próximos dias 6 e 13 de setembro. Agora, vai acontecer entre 13 e 20 deste mês.
O Ministério Público Federal se posicionou contra o recálculo da pena. A defesa do jogador pediu que a pena imposta pela Justiça Italiana e homologada no Brasil fosse recalculada. Há uma discordância com relação aos 9 anos de prisão aplicados ao ex-jogador.
As alegações foram de que “houve omissão no acórdão embargado, que teria deixado de apreciar questão de ordem pública relacionada à dosimetria da pena e à inaplicabilidade da lei de crimes hediondos ao caso”, dizem os advogados.
Segundo os defensores, a penalidade prevista no Código Penal brasileiro para o crime equivalente ao artigo 213 (estupro) tem pena mínima de seis anos e máxima de 10 anos de reclusão. A pena mínima estabelecida na Itália é de oito anos. Assim, a defesa acredita que com os bons antecedentes de Robinho e por ser réu primário, ele deveria ter pena fixada em seis anos, não em nove, sendo o cumprimento em regime semiaberto.
No recurso, a defesa ainda critica a conduta da decisão estrangeira que, para eles, não individualizou adequadamente a conduta de cada réu. Assim, sustenta que a dosimetria não está em conformidade com os princípios constitucionais e legais brasileiros, e por isso, a pena deveria ser reduzida para o mínimo legal.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), em documento assinado pelo sub-procurador Artur de Brito Gueiros Souza, no entanto, discordou.
A PGR considerou que “não há vício a ser corrigido, pois, a partir da simples leitura do acórdão embargado, percebe-se de forma inequívoca que a questão apontada como omissa sequer foi suscitada em sede de contestação”.
Prisão – Robinho foi preso em março, um dia após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) validar a sentença da Justiça italiana que o condenou a nove anos de prisão por estupro e determinar o início imediato da execução da pena no Brasil.
Atualmente, Robson de Souza cumpre pena em regime fechado por um estupro coletivo cometido na Itália em 2013, na época em que ele atuava no AC Milan. O ex-atleta está na Penitenciária 2 de Tremembé, a “Cadeia dos Famosos”.