PUBLICIDADE

Região / Polícia

Integrante de facção criminosa procurado por homicídio é preso no Guarujá 

O homem também era procurado por roubo e estava foragido desde setembro de 2021, quando deixou a prisão durante as saídas temporárias. A prisão acontece em continuidade da “Operação Escudo”.  

 

Foto: Divulgação / SSP

Por Vinícius Farias

Um integrante de uma uma organização criminosa, conhecido como “Pato ou Patinho”, que era procurado pela Justiça por homicídio e roubo foi preso na tarde deste domingo, em Guarujá (13). A prisão acontece em continuidade da “Operação Escudo”.  O homem, de 31 anos, estava foragido desde setembro de 2021, quando deixou a prisão durante as saídas temporárias.

Segundo a investigação, Patinho é apontado como o “disciplina” da facção, ou seja, o responsável por executar pessoas que recebem “sentença de morte” dos criminosos.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os agentes do 5º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) receberam informações de que o foragido estaria em uma rua do bairro Pae Cará, no Guarujá, e foram até o local. Lá, encontraram o homem. Em sua residência, a equipe ainda encontrou uma pistola 9mm, 21 munições e três carregadores.

O homem foi preso em flagrante e levado para a Delegacia do Guarujá, onde o caso foi registrado como posse irregular de arma de fogo e captura de procurado.

A Operação Escudo começou após a morte do soldado da equipe de Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Patrick Bastos Reis, no dia 27 de julho, no Morro da Vila Júlia, em Guarujá. O objetivo da ação é combater o crime organizado e o tráfico de drogas.

A ação policial chegou ao seu 17° dia e teve mais um aumento. Até o momento, 364 pessoas foram presas e 16 mortas. Dentre os detidos, 137 eram procurados da Justiça e 18 são adolescentes.

Segundo o órgão, o número de presos em 2 semanas supera o resultado de todo o mês de junho deste ano, quando foram presos 311 criminosos, o que representa um aumento de 16,7%.

De acordo com a SSP, 48 armas de fogo, entre pistolas e fuzis foram apreendidos. Também foram recolhidos mais de 800 kg de drogas entre 28 de julho e 14 de agosto.

Operação Escudo 

Foto: Reprodução

O que desencadeou a “Operação Escudo”,  foi a morte do soldado Patrick Bastos Reis, que foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Júlia, no dia 27 de julho. A vítima chegou a ser levada para uma unidade de pronto atendimento na cidade, mas não resistiu aos ferimentos. Um outro policial também foi ferido, mas na mão esquerda. Ele foi encaminhado para o Hospital Santo Amaro (HSA), onde passou por um procedimento e foi liberado.

De acordo com o inquérito da investigação, os indícios apontam para Erickson David da Silva, conhecido como “Deivinho”, de 28 anos, como o autor dos tiros que mataram o policial. Ele admitiu estar em um ponto de venda de drogas no local, no momento em que o agente morreu, mas alegou em depoimento que não disparou a arma. Ele foi identificado como o segurança da “Biqueira da Seringueira”, no alto do morro da Vila Júlia.

Deivinho foi preso no dia 30 de julho após se entregar na Zona Leste de São Paulo.

O irmão de Erickson, Kauan Jason da Silva, de 19 anos, também foi preso. Ele estaria como “olheiro” da boca, avisando sobre a aparição de policiais.

Outro envolvido é Marco Antonio de Assis Silva, conhecido como Mazarope. Ele atuaria como vendedor de drogas na biqueira. No documento consta, que nenhum dos dois impediu que Erickson atirasse no policial, mesmo estando no local. Os três foram indicados pelo homicídio.

O delegado pede que sejam convertidas as prisões dos irmãos, de temporárias para preventivas.

Outras 4 pessoas foram iniciadas por associação ao tráfico de drogas, mas não por participar do homicídio. Eles integram o mesmo grupo que vende drogas na Seringueira, mas não há provas de que estivessem no local.

Defesa

 

Foto: Reprodução

Segundo o advogado de Erickson, Wilton Felix, o homem é inocente e estava no local comprando drogas, pois seria usuário. De acordo com a defesa, assim que Deivinho ouviu os disparos fugiu do local.

O advogado informou que como as imagens de Erickson estavam sendo veiculadas como o principal suspeito da morte do PM, ele foi para outra cidade, mas resolveu se entregar “de livre e espontânea vontade”, em São Paulo.

 

Aumento no policiamento

Foto: Governo de São Paulo

Em entrevista coletiva no dia 31 de julho, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário Guilherme Derrite, deram detalhes sobre a operação. Foi anunciado pelo governador o aumento do policiamento, além de uma nova unidade policial, em Guarujá.

Segundo Tarcísio de Freitas, as ações se fazem necessárias pois “o tráfico ocupou a Baixada Santista”.