Aureo Tupinambá foi preso durante a “Operação Munditia”, que investiga fraudes em licitações de prefeituras e câmaras municipais em todo o Estado.
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Da redação
Foi solto nesta quinta-feira (25), o advogado Aureo Tupinamba, preso durante a “Operação Munditia”, que investiga fraudes em licitações de prefeituras e câmaras municipais em todo o Estado.
Ele foi acusado de participar de um grupo criminoso, associado à organização criminosa, Primeiro Comando da Capital (PCC).
Tupinambá foi solto após a decisão da juíza Priscila Devechi Ferraz Maia, da 5ª Vara Criminal do Foro de Guarulhos. No entanto, foram aplicadas medidas cautelares a ele, como não se comunicar com os investigados e não comparecer à Câmara Municipal de Cubatão.
Operação Munditia
A ação policial foi desencadeada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e a Polícia Militar (PM).
Três pessoas foram presas na Baixada Santista, sendo o vereador e ex-presidente da Câmara de Cubatão, Ricardo Queixão, o advogado, Aureo Tupinamba, e a servidora pública, Fabiana de Abreu Silva.
De acordo com o MPSP, o grupo tinha diversas empresas e elas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, em Câmaras Municipais e Prefeituras. Várias cidades de São Paulo têm contratos sob análise. No Litoral, os municípios de Guarujá e Cubatão são analisados.
Entre os mandados expedidos para a Baixada Santista, três são de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. Ricardo Queixão e Fabiana de Abreu Silva foram presos em Praia Grande. Tupinambá foi detido em Santos. Ele é diretor da Câmara de Cubatão e também atuou na defesa do traficante de drogas, André do Rap, condenado há 25 anos de prisão por tráfico de drogas, e é apontado como um dos líderes do PCC. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.
De acordo com os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros etc.) e diversos outros delitos – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro. As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e repartia os valores ilicitamente auferidos.