PUBLICIDADE

Região / Festas Populares

Mesmo após medidas de Temer, greve se mantém e situação na Baixada Santista preocupa

Na noite de ontem (27), em pronunciamento o presidente Michel Temer anunciou a redução de R$0,46 no valor do diesel durante 60 dias e reajuste a cada 30 dias, o que será possível graças à diminuição a zero da alíquota do PIS-Cofins e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o combustível.

O presidente ainda anunciou três medidas provisórias, visando o fim da greve. A primeira delas garante a isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais, estaduais e municipais. A segunda MP determina que 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) sejam feitos por caminhoneiros autônimos. A terceira estabelece a tabela mínima dos fretes.

Mesmo após as medidas anunciadas pelo mandatário, a greve se mantém. Em Santos, os acessos para o porto estão sendo bloqueados pelos manifestantes. Fuzileiros navais fazem a segurança do cais, enquanto soldados do Exército estão na Refinaria, em Cubatão.

Em apoio aos caminhoneiros de todo o Brasil, manifestantes permanecem nos acessos do Porto de Santos, pedindo a redução no preço do diesel e o aumento do valor do frete. Desde a última segunda-feira (21) os pontos de acesso do porto estão bloqueados e o Governo Federal pedi prioridade em retomar as ações no complexo, o maior do país.

A Baixada Santista segue enfrentando problemas de abastecimento, de alimentos e combustíveis, transporte público e outros.

Transporte público

Para racionar combustível e possibilitar que o transporte público seja utilizado por mais tempo durante a greve, a frota de ônibus da Baixada Santista está reduzida em 40%.

A travessia de balsas também está operando com frota reduzida, para prolongar o estoque do diesel ao máximo.

Educação

No Guarujá, as aulas foram suspensas na segunda-feira (28) e na terça-feira (29). Em Cubatão, foi decretado ponto facultativo e não haverá aula na rede municipal. Santos, São Vicente e Praia Grande mantiveram as aulas normalmente, até o momento.

As universidades: Unisantos, Unaerp, Fatec Praia Grande, Unibr, Esamc, Unisanta, Unip, Unifesp e a Unimes, cancelaram provas e aulas desta segunda-feira (28). A Universidade São Judas – Campus Unimonte suspendeu as atividades até terça-feira (29).

Combustíveis

Apenas 1% dos postos da região tem diesel. Cerca de 300 estabelecimentos são associados à Sindicombustíveis.

Alimentação

A Associação Paulista de Supermercados (APAS) já alerta para o desabastecimento nos estabelecimentos em toda a região.

Porto de Santos

O Porto de Santos tem as entradas bloqueadas. O prejuízo no sentido comercial foi explicado pela FENOP (Federação Nacional das Operações Portuárias) em nota emitida na tarde desta segunda-feira (28).

Confira abaixo a nota emitida pela FENOP:

A FENOP – Federação Nacional das Operações Portuárias, entidade do sistema federativo representativa do segmento empresarial, que investe e realiza as operações portuárias no país, congrega cerca de quatrocentos empresas, que têm garantido a efetiva competitividade do Brasil no comércio mundial.

A importância das atividades de comércio exterior é sobejamente conhecida, pois os saldos positivos, na balança comercial brasileira, são os únicos instrumentos que têm mantido a sobrevivência econômica nacional, nestes momentos de total descontrole nas contas públicas nacionais.

O comércio exterior brasileiro mantém seus fluxos na média de 95%, por meio das instalações privadas no sistema portuário, e portanto, não há outra forma viável, para que o país continue viabilizando os saldos positivos da balança comercial.

Os recentes movimentos grevistas dos caminhoneiros, envolvem justas reinvindicações, entretanto por seu alongamento, geraram a paralização praticamente total das operações portuárias em todos os portos e terminais de nosso país.

Navios não conseguem mais ser descarregados ou carregados, empresas de navegação já desviaram embarcações para outros países e ainda mais grave, as empresas de navegação de cabotagem foram forçadas a paralisar seus navios por absoluta falta de carga e de condições de escoamentos.

As consequências deste caos portuário são catastróficas. Prejuízos neste momento ainda incalculáveis, porém, pode-se afirmar que se prolongarão por longo tempo.

O país perde recursos de exportações, os custos logísticos e de riscos do país no comércio mundial se elevam e ainda mais grave: toda a população sofrerá com a elevação de tais custos logísticos.

Desta forma a FENOP vem a público encarecer, para que todas as partes envolvidas, e em especial os Governantes, dentro de suas responsabilidades, flexibilizem posicionamentos e busquem soluções que considerem efetivamente os interesses coletivos e nacionais.