Por Ted Sartori
Da Revista Mais Santos
O alarido das multidões, se levadas em conta e ao pé da letra certas características de Adriano Elias de Souza, não combinaria em nada com ele. O guarujaense tem o apelido de Mineirinho herdado do irmão mais velho, que era quieto e conhecido como Mineiro. Cada onda do surfista, porém, fazia todos vibrarem desde a juventude até o título mundial de 2015, no Havaí.
Em 2004, aos 16 anos, se tornou o mais jovem competidor a vencer o torneio juvenil da Associação de Surfistas Profissionais; um ano depois, sagrou-se campeão no World Qualifying Series (WQS), espécie de categoria de acesso para a divisão de elite, na qual ingressou em 2006. Em seus 1m67 de estatura, ele sempre se agigantou. Agora, deseja voltar a ser um cidadão comum, ainda que tenha conquistas de sobra no esporte para nunca deixar de ser uma personalidade.
Aos 34 anos, Mineirinho anunciou a aposentadoria do Circuito Mundial de Surfe, embora ainda pretenda conquistar, em 2022, o Brasileiro profissional da modalidade, que ele não possui em sua galeria. O esportista teve Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. Um quadro típico de quem viveu diariamente desde garoto uma pressão constante e diária, mas fala com a mesma mansidão de um mar sem ondas, certo de que fez o melhor na longa carreira.
Morando com a esposa Patrícia em Novo Campeche, em Florianópolis, capital de Santa Catarina, o surfista conversou com a Mais Santos e falou de seu novo momento, sem esquecer os antigos e também não deixando de lado o jeito “mineirinho” deste guarujaense que soube surfar em outra fundamental onda: a da fama.
Como, quando e por qual motivo você decidiu sua aposentadoria do surfe, aos 34 anos?
Não estava me sentindo 100%. Acho que tive um problema mental como de atleta que tanto se esforçou, que tanto fez para atingir o seu ápice, e tive Burnout. Isso me afetou e acredito que a minha decisão foi tomada em cima desse diagnóstico, mas eu estou bem contente por ter feito uma carreira no máximo, que eu pude botar minhas energias e saio satisfeito com essa minha decisão.
Foi difícil tomar essa decisão? Por que? Tentaram te convencer do contrário?
Com certeza. Muita gente em volta de mim – familiares, amigos, pessoas que trabalham junto comigo – sentiram bastante essa decisão. Sempre tentaram me motivar, me puxar para que eu pudesse ter mais um ano, depois mais um ano e outro ano… (risos) Sempre foi assim. Assim que eu tomei a decisão, outros atletas da minha idade, próximos ou até mais novos, também começaram a mostrar essa parte de não aguentar mais, e aí as pessoas à minha volta começaram a entender mais o meu caso. Mas é normal. Agora, o que eu penso é curtir mais minha vida e as pessoas que estão em volta de mim.
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