As vidas de reeducandos do regime semiaberto do Centro de Progressão Penitenciária “Dr. Rubens Aleixo Sendin”, o CPP de Mongaguá, passam a ganhar um reconhecimento importante no próxima segunda-feira (26).
A data marcará o fim da revitalização da Escola Estadual Professora Aida Leda Bauer Davies, de Itanhaém, trabalho todo feito pelos voluntários. A ação faz parte do projeto Escola + Bonita, que oferece capacitação na área de pintura aos sentenciados e, ao mesmo tempo, mantém limpas e pintadas as estruturas de ambientes escolares pintadas do Estado.
Projeto
A capacitação do Escola + Bonita começou em abril, com aulas teóricas para os 25 presos do CPP de Mongaguá. Já a atividade prática aconteceu aos fins de semana, para não interferir no calendário de ensino do colégio.
Com o aprendizado, os novos profissionais poderão realizar trabalhos de preparação e acabamento de superfícies imobiliárias, utilizando diferentes equipamentos, utensílios, ferramentas e produtos nesse processo.
Incluindo esta turma, 125 detentos da Baixada Santista já atuaram na pintura de cinco escolas públicas em Itanhaém e de São Vicente. “A meu ver, esses projetos trazem a perspectiva de um recomeço aos presos, trabalhando de forma honesta e longe da criminalidade”, afirma Samuel Marques Ribeiro Júnior, diretor do Centro de Trabalho e Educação no CPP de Mongaguá.
“Quando fiz a inscrição no programa, meu primeiro objetivo era o de realizar alguma atividade para ocupar o meu tempo e ganhar remição de pena”, afirma Caio, sentenciado de 33 anos de idade. “Com o decorrer das aulas, percebi que o curso é uma grande oportunidade para aprender uma nova profissão”, completa.
Objetivos
O projeto Escola + Bonita prevê a revitalização de 2,1 mil escolas estaduais de São Paulo até 2020. A ação é resultado de uma parceria entre as Secretarias da Administração Penitenciária (SAP), da Educação e de Desenvolvimento Econômico, sob gestão na SAP da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania (CRSC). A pintura é feita em horários que não interrompam a utilização da escola, com tintas sem cheiro para não interferir na dinâmica dos profissionais no ambiente educacional.
A aliança entre as três Secretarias, além de dar cara nova a prédios públicos e contribuir na melhoria das condições de ensino, garante aos presos do regime semiaberto o diploma de pintores. “O projeto oferece uma oportunidade para que esses reeducandos, ao término da pena, saiam em liberdade capacitados para exercer uma profissão”, avalia o secretário da SAP, Coronel Nivaldo Cesar Restivo.
Para Evaldo Barreto, diretor técnico do Grupo de Capacitação, Aperfeiçoamento e Empregabilidade da CRSC, o projeto é um processo de preparação para a vida longe dos presídios. “Os detentos terão mais facilidade de serem inseridos no mercado de trabalho ou até mesmo de se tornarem empreendedores, diminuindo de forma significativa as chances de voltarem a cometer crimes”, completa.