Da Redação
Atualizado às 13h21
A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) ) propõe uma “greve sanitária” a partir desta segunda-feira (8), data do início das aulas no Ensino Público no Estado. A ideia é mobilizar pais e responsáveis pelos alunos para que não mandem os estudantes à escola, em função de alegadas más condições sanitárias das unidades, para combater a propagação da Covid-19, em um momento de altos índices de contaminação.
A decisão ocorreu nesta sexta-feira (5), com aprovação de mais de 80% da categoria durante assembleia. O mote da paralisação, de acordo com a diretora da Executiva Estadual da Apeoesp, Sônia Maciel, é o “respeito à vida”.
“Não significa que as crianças não terão aula. Elas continuarão de forma remota. Vamos dar as aulas, mas não vamos apoiar que sejam presenciais. Quando houver estrutura, condições, a gente volta para o presencial. Queremos ver como as escolas vão ficar, mesmo porque as vacinas diminuem essa contaminação”, afirma. “Ano, você recupera. Aprendizagem também., A vida, não”. Segundo a nota emitida pela Apeoesp em sua página oficial, a entidade vai realizar, durante a próxima semana, uma série de atos e manifestações.
Vale lembrar que, no final de janeiro, a entidade conseguiu uma decisão liminar da Juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 3ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo, que impedia a volta às aulas de modo presencial. O Governo do Estado conseguiu derrubar a decisão, garantindo a volta ás aulas para esta segunda.
A Secretaria de Edicação do Estado se posiconou por meio de nota. Confira a íntegra:
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamenta que o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos. O sindicato ainda esquece de contabilizar os riscos diversos atrelados ao atraso educacional e à saúde emocional e mental das milhares crianças e adolescentes.
A Seduc tomará as medidas judiciais cabíveis e informa em caso de eventuais faltas, o superior imediato irá analisar a justificativa apresentada, de acordo com a legislação. Faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas.
A retomada das aulas é pautada em medidas de contenção da epidemia, obedecendo aos critérios de segurança estabelecidos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, embasada em experiências internacionais e nacionais. Estudantes e profissionais com doenças crônicas ou fatores de risco devem permanecer em casa, cumprindo atividades remotas.
Para a retomada, a Seduc-SP adquiriu e distribuiu uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores, como 12 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.
Vídeo polêmico
Sônia Maciel também falou sobre o polêmico vídeo que circulas nas redes sociais, onde João Bosco Arantes Braga Guimarães, diretor regional da Secretaria de Educação do Estado, sugerte que os professores deveriam “carpir o mato” das unidades de ensino.
“Aparte de vocês (professores e gestores) é a escola preparada dia 1º (de fevereiro) roçada,. Pega um roçadeira. Às vezes, foram três supervisoras na escola, dá uma roçadeira para cada uma e vamos roçar o mato”, diz o dirigente, no vídeo de cerca de 30 segundos.
“Pegou muito mal (a declaração), e isso vai pesar para ele. Até porque também constituiria um desvio de função. Conversei com ele, quem e disse que era para dar exemplo aos alunos. Em termos de sindicato, por ora, ainda nãose conversou. Vamos ter uma reunião com diretores da Executiva para debater esse assunto.”, emenda a diretora da Apeoesp.