Na próxima segunda-feira, a cobrança do cheque especial começará a ser mensal, de forma fixa, e o valor poderá variar de acordo com o limite de cada conta.
Primeiramente, a cobrança só entrará em vigor para aqueles que criarem novas contas. Já os correntistas antigos, terão até o dia 1 de junho para notificarem seus bancos se desejam ou não reduzir o limite de seus fundos para poder se livrar do pagamento. O valor será de 0,25% do limite que exceder R$ 500.
Cada cliente terá o saldo pré aprovado nessa quantia e não precisará pagar a taxa. No entanto, caso solicite um valor acima do estipulado a tarifa incidirá sobre a quantia excedente.
De acordo com o Banco Central, as demais instituições financeiras têm até o mês de junho para informar as mudanças aos seus clientes. O recomendável é que o comunicado seja enviado até 30 dias antes da primeira cobrança.
Fim dos juros nas novas regras do cheque especial
A partir da próxima segunda-feira, todas as instituições financeiras não poderão exigir taxas acima de 8% ao mês, o que equivale a 151,8% ao ano. A cobrança do cheque especial está relacionada a decisão de por fim aos juros na modalidade.
Apenas no último mês de novembro, os juros do cheque especial foram de 12,4% ao mês, 306,6% ao ano. Com isso, a decisão da limitação dos juros do cheque especial foi tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de novembro.
Ao divulgar a medida, o BC alegou que as mudanças visam tornar o cheque especial mais eficiente e também menos regressivo.
Risco com as mudanças
Mesmo sem poder cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos afirma que, mesmo com a mudança, essas taxas continuarão abusivas.
“Se pensarmos que a poupança rende cerca de 0,3% ao mês e que os melhores investimentos dificilmente chegam ao 1%, esses valores são absurdos. Extremamente altos ainda”.
Para ele, um ponto importante é que muitas instituições bancárias já anunciaram que não irão cobrar esse valor e existem grupos que entraram com ações contrárias a essa modificação.
“Minha orientação sobre esse tema é que essa linha de crédito deve ser evitada. Os correntistas devem procurar os bancos em busca de reduzir o valor de limite do cheque especial ou mesmo eliminar, pois esse sempre foi uma grande armadilha. Para as famÃlias que já incorporaram esse valor aos salários mensais, chegou a hora de uma operação de guerra, evitando assim essa situação, pois o risco é muito grande. O caminho é buscar a educação financeira já nos primeiros meses de 2020. Priorizar a educação financeira comportamental e iniciar a poupar para criar reservas estratégicas que mudem de vez a relação com os juros, fazendo desse um aliado e não um inimigo”, finaliza o presidente da Abefin.
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