Especialista explica que a palavra mágica para não se endividar é “planejamento”, seja familiar ou pessoal.Â
Â
Foto: Reprodução/Freepik
Da redação
Toda vez a cena é a mesma. Ano novo, conta nova para pagar. Assim que janeiro começa, os boletos do IPTU, IPVA, materiais escolares e outras dÃvidas aparecem e deixam as pessoas com o bolso vazio ou até mesmo com contas a pagar. Para boa parte das pessoas, se organizar financeiramente pode ser uma dor de cabeça, principalmente por conta dos imprevistos.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no inÃcio de dezembro do ano passado, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,6% das famÃlias brasileiras estão endividadas.Â
Porém, de acordo com o educador financeiro do Sicoob UniMais Metropolitana, Alberto Alves, dá para comprar sem medo de ficar endividado. Basta ter um planejamento, seja familiar ou pessoal.Â
“O objetivo do planejamento do orçamento é entender para onde o dinheiro vai, seja um gasto de R$ 1 ou R$ 200. Com esse controle em mãos, é mais fácil priorizar as compras e saber o que você pode gastar ou nãoâ€, explica.
Segundo o especialista, o primeiro passo antes de montar o orçamento é saber qual é a sua renda lÃquida, pois é em cima dela que o planejamento vai funcionar.
“Ela vai determinar o limite de gastos dentro do orçamento. É por meio da renda familiar que se viabiliza buscar um planejamento sustentável, pagando as contas da casa, gastos do mercado, despesas com filhos, e separando uma parte para fazer a reserva de emergênciaâ€, diz.
Ele explica que para isso, é importante ter um objetivo traçado e, a partir dele, mensurar um prazo. Dessa forma, é possÃvel saber o limite e procurar um instrumento financeiro adequado para que o rendimento tenha um resultado maior, complementa.
“Por exemplo: eu quero guardar R$ 200 ao mês para fazer uma viagem para o interior. A partir disso, eu consigo calcular um prazo. Se eu guardar um valor durante 12 meses, para ter um ganho de rendimento, posso procurar uma aplicação adequada e que renda até mais que uma poupança. Em suma, o que determina o instrumento financeiro é o objetivo de usoâ€, ilustra.
E quem já está endividado?
Quem entrou em 2024 endividado deve não apenas preparar um planejamento para os gastos do dia a dia, mas como irá pagar as dÃvidas. Para isso, antes de tomar a decisão do que será priorizado para fazer o pagamento, é preciso fazer um orçamento é uma condição de pagamento mensal.
Por exemplo, se você está endividado, obviamente não pode utilizar metade do salário no pagamento da dÃvida; é preciso entender, junto ao orçamento, qual sua capacidade de pagamento para fazer um parcelamento, aproveitar promoções de quitação ou, ainda, juntar o valor e pagar à vista quando chegar no montante. Se não, corre risco de, assim que liquidar uma dÃvida, aparecer outra.
Mas, por onde começar?Â
Primeiro, anote quanto você ganha. Depois, separe em grupos: mercado, vestuário, roupa, passeios, até mesmo um para as “besteirinhasâ€, por aà vai. Crie também um grupo para o dinheiro da carteira, pois, toda vez que gastar esse valor, fica mais fácil entender para onde está indo o valor investido.Â
Alves diz que anotar todos os gastos diários, dos menores aos maiores, apesar de ser difÃcil, é um dos segredos para ter sucesso no planejamento e deve se tornar um hábito.