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Região / Cotidiano

Inclusão social, um trabalho que caminha no mercado profissional

Da Redação

Atualmente no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência. E é cada vez mais comum encontrar empresas que dizem ter uma preocupação real com a inclusão social no mercado de trabalho, buscando a diversidade em suas equipes.

No entanto, dados do Governo Federal mostram que essa ainda é uma realidade muito distante. Segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, entidade ligada ao Ministério do Trabalho, havia, em 2019 (últimos dados disponíveis), 701.424 vagas reservadas para PCDs. Porém, apenas 53,02% desse total, ou seja, 371.913 vagas, estão ocupadas.

Vale recordar que a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (nº 8.213/1991) estabelece que empresas públicas ou privadas com 100 funcionários ou mais têm a obrigação de destinar percentuais de 2% a 5% de suas vagas à contratação de PCDs, variando de acordo com a quantidade de pessoas na empresa. A multa pode chegar a mais de 200 mil reais para a empresa que não respeitar a regra.

Mesmo com esse cenário que caminha lentamente para um modelo ideal, na Baixada Santista, mais especificamente em Itanhaém, existem histórias de sucesso que provam que investir na inclusão social, além de uma grande atitude, só traz pontos positivos para as empresas.

É o caso de uma que nasceu na Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) Itanhaém, por meio do Projeto Vida Independente. Vitoria Muniz Silva, de 24 anos, é diagnosticada com CID F84, Transtornos Globais do Desenvolvimento, com a condição oficialmente denominada Transtorno do Espectro Autista (TEA), e evoluiu tanto dentro do projeto que recebeu a proposta para trabalhar na unidade Belas Artes da Rede Saito Supermercados em maio deste ano.

“Comecei achando aqui um pouco parado, porque lá na APAE eu me mexia bastante, mas estou pegando o ritmo e estou gostando muito dos colegas e da empresa. Imagino que alguns podem ter medo de trabalhar, mas não precisam ter medo. Porque, dependendo do lugar, é tranquilo e é muito bom”.

“Ela superou todas as expectativas. Tem uma capacidade de discernimento muito boa e atitudes pró-ativas, com tomada de decisões assertivas. Dentro de suas limitações, faz um ótimo trabalho”, afirma Marcelo Iberê Morais Tolomony, gerente administrativo do Supermercado Saito.

Diante do sucesso, Marcos Basiquetto, presidente da APAE Itanhaém, afirma que é motivo de muita satisfação e muita gratidão ter contribuído para que pessoas como a Vitoria possam ter sua independência e faz um convite para outros empresários da cidade.

“Associem a marca da APAE à sua marca, sendo mais um multiplicador do bem, contratando e ajudando essas pessoas a terem uma oportunidade no mercado de trabalho, mostrando que são capazes”, diz o presidente.

A APAE Itanhaém

A APAE de Itanhaém está localizada na Rua Ana Maria Martins Rivera, 10, no Jardim Corumbá e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O telefone para contato é o (13) 3427-6054.

A entidade atua com o objetivo de promover e articular ações de defesa de direitos e prevenção, orientações, prestação de serviços, apoio à família, direcionadas à melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência e à construção de uma sociedade justa e solidária.

Desde 2008, o local ensina atividades da vida diária e prática, faz visitas socioeconômicas e acompanha o dia a dia dos cadastrados. Além disso, tem uma parceria com o Tenda Atacado, que desde a pandemia vem mantendo a doação de cestas básicas, compondo a mesa de parte das famílias assistidas.