Quase quatro anos depois do desastre ambiental de Mariana, os rejeitos de mineração despejados após o rompimento da barragem da Samarco ainda aparecem nos rios da região. O professor do curso de Engenharia Civil da Unaerp Guarujá que realiza pesquisas sobre o assunto, Willy Ank de Moraes, esteve novamente na cidade de Mariana (MG) para coletar amostras de sedimentos.
A amostragem foi feita em 23 de julho, no rio Gualaxo do Norte, no distrito de Paracatu, um dos mais atingidos pelo acidente, a uma distância de 37 quilômetros do local do rompimento. Segundo o docente, pôde-se perceber algumas mudanças no material em relação a coletas anteriores. “Visualmente os sedimentos estão com uma granulometria mais grossa. Isso deverá ser confirmado a partir das análises laboratoriais. Entretanto, ainda é grande a quantidade de material fino e de óxidos de ferro oriundos do rejeito, cujas características serão avaliadas nas demais análises”.
Nos laboratórios do Centro Tecnológico da Unaerp Guarujá, serão realizadas análises físicas de granulometria, morfologia (tamanho e forma dos grãos) desses sedimentos, e composição química, para determinar a presença de compostos prejudiciais à saúde e teor magnético. As pesquisas, realizadas com participação de estudantes e outros docentes da Universidade, visam a partir desse diagnóstico, indicar melhores possibilidades de uso deste material, inclusive no desenvolvimento de novos produtos para a construção civil. Resultados preliminares desses estudos podem ser consultados nos anais do Simpósio internacional de Ciências Integradas (www.unaerp.br/sici-unaerp) ou nas edições anteriores da Revista Científica Integrada (www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/).
Desastre – Considerado um dos maiores acidentes ambientais do País, o rompimento da Barragem do Fundão da mineradora Samarco, ocorrido em dia 5 de novembro de 2015, despejou 32,6 milhões de m³ de rejeitos que foram carreados por cerca de 680 quilômetros de rios e lagos, afetando 39 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, antes de chegar ao Oceano Atlântico.