João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) decidirão em segundo turno, no próximo dia 28, quem será o futuro governador de São Paulo. O resultado ficou matematicamente confirmado às 22h, informou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 100% das urnas apuradas, às 23h17, o tucano obteve 6.431.427 votos (31,77%) no primeiro turno e o pesebista, 4.358.887 votos (21,53%), segundo o TSE. Paulo Skaf (MDB) recebeu 4.269.743 votos (21,09%) e ficou em terceiro lugar.
Com uma diferença de 89.414 mil votos entre o segundo e terceiro colocados, quando a apuração estava em 98% das urnas ainda não era possÃvel saber quem disputaria o segundo turno com Doria.
Depois de 16 anos, a eleição para o governo de São Paulo foi para o segundo turno, a última vez foi em 2002, entre José Serra (PSDB) e Aloizio Mercadante (PT). Após confirmação de que haverá segundo turno, Doria e França fizeram pronunciamentos.
Doria disse ter orgulho de ter vencido em São Bernardo do Campo e na região metropolitana, considerados redutos petistas. “[Vou] combater o PT, o petismo e as vigarices”.
“Serei durÃssimo com o adversário Márcio França. Contra a esquerda, contra genéricos do PT, serei o mesmo João Doria que venceu o PT em São Paulo. Pois a esquerda do Márcio França será derrotada pelos mesmos brasileiros que derrotaram Lula e o PSDB”, afirmou.
O tucano também deixou claro o seu apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno à Presidência.
Doria começou seu discurso cumprimentando seu padrinho polÃtico e candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, por ter sido um guerreiro em uma campanha difÃcilima. Também cumprimentou os adversários.
Em seu discurso após o resultado, o atual governador, Márcio França, afirmou que “percebeu o movimento que alguma pesquisa fez sobre a queda do Skaf” “Era um fardo difÃcil de carregar que era a história do MDB, que a gente já sabia disso, ele é meu amigo pessoal, os filhos dele são meus amigos, a famÃlia, mas ele, com razão, mas eu disse a ele: ‘olha Paulo, eu vou entrar nessa disputa e o fardo de você carregar o MDB vai ser muito difÃcil, mas ele tentou de todo jeito, foi até o final e a diferença foi muito pequena e demonstra o mérito que ele temâ€, disse.
No Twitter, França agradeceu o apoio e a “forte arancada”. “Fé em Deus. Quem conhece confia. Muito obrigado pelo grande apoio e forte arrancada. Foi uma virada emocionante e vamos com mais força para Vitória. Aqui tem palavra! São Paulo avança!”.
Em terceiro lugar, Skaf agradeceu aos eleitores. “Só tenho que agradecer à s milhões de pessoas que votaram em mim, que se mobilizaram voluntariamente em todo o estado. Fizemos uma campanha sem coligaçãoo, com os adversarios com três vezes mais tempo de televisão e rádio”, disse o mdebista.
Segundo a apuração do TSE:
Luiz Marinho (PT) obteve 2.563.737 (12,66%)
Major Costa e Silva (DC), 747.448 (3,69%)
Rogerio Chequer, 673.094 (3,32%)
Rodrigo Tavares (PRTB), 649.720 (3,21%)
Professora Lisete (PSOL) obteve 507.228 (2,51%)
Professor Claudio Fernando (PMN) 28.665 (0,14%)
Toninho Ferreira (PSTU), 16.201 (0,08%)
As candidaturas de Marcelo Candido (PDT) e LilÃan MIrando (PCO) estão sob júdice e os votos não foram computados.
Froam registrados 1.801.680 votos brancos (6,95%) e 3.542.418 votos nulos (13,67%). A abstenção chegou a 7.110.741 de eleitores (21,53%).
O atual governador, Márcio França, deu uma arrancada final e passou Paulo Skaf só nas urnas. Ao longo de toda eleição, Doria e Skaf se mantiveram praticamente empatados, ambos oscilando na casa dos 20%. Só França cresceu significativamente: de 4%, no primeiro Datafolha, a 16% na última pesquisa do instituto.
A eleição estadual foi pautada pela disputa presidencial, que influenciou significativamente os debates e entrevistas entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes. Enquanto uns se mostravam contrários ao PT, outros usavam seu tempo de TV para convocar para atos contra Jair Bolsonaro (PSL).
A segurança pública capitaneou os temas mais falados pelos candidatos, que chegaram a prometer mais batalhões da PM ou incentivo à polÃcia cientÃfica sem sequer incluir as propostas nos planos de governo. Como o G1 mostrou, nenhum dos 6 candidatos mais bem colocados nas pesquisas apresentaram propostas para combater a facção PCC, que domina os presÃdios no estado.
Os candidatos tentaram atrair os votos das mulheres e propuseram aumentar o número de delegacias da mulher, bem como ampliar seus horários de funcionamento.
A campanha também foi marcada por um ataque a tiros sofrido pelo candidato Major Costa e Silva (DC) e pelo indeferimento de duas candidaturas do PCO ao governo do estado.
Fonte: G1
Foto: Youtube/Reprodução