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Internacional

Brasil estreia em 5 modalidades na noite desta terça na Paralimpíada

Da Redação e da Agência Brasil

A noite desta terça-feira (24) marca o início das competições de várias modalidades dos Jogos Paralímpicos de Tóquio (Japão). Os brasileiros estreiam a partir das 21h (horário de Brasília) no tênis de mesa, no goalball e na esgrima em cadeira de rodas. Na natação, as provas com brasileiros começam às 21h35, e entre as estreias está a do multicampeão paralímpico Daniel Dias. E tem também Brasil no ciclismo de pista a partir das 23h17.

Tênis de Mesa

É grande a expectativa por pódio brasileiro no tênis de mesa, após a participação histórica na Rio 2016, quando o país conquistou prata e três bronzes. Às 21h serão duas mesatenistas do país estreando no Ginásio Metropolitano de Tóquio. Pela segunda vez em Paralimpíadas, a catarinense Danielle Rauen, de 24 anos, terá pela frente a húngara Alexa Szvitacal, em partida válida pelo Grupo A, na classe 9 (sem cadeira de rodas).

Danille é bicampeã nos Jogos Parapan-Americanos: Lima (2019) e Toronto (2015). Pelo Grupo B, também na classe 9, a paulista Jennyfer Parinos – bronze por equipes na Rio 2016 – duela com a australiana Na Li Lei.

Às 21h40, tem duelo masculino da classe 3 (mesatenistas cadeirantes), pelo grupo E: o cearense David Andrade de Freitas, 43 anos, encara o francês Alexander Oehgren. No mesmo horário, na simples feminina da classe 3, a estreante mineira Marliane Amaral Santos, de 30 anos, encara a sul-coreana Jiyu Yoon.

O último mesatenista brasileiro a estrear será Luiz Filipe Guarnieri Manara, às 23h40, contra o chinês Chao Qun Ye, na classe 8 (sem cadeira de rodas).

Goalball

Bicampeã mundial e medalhista paralímpica – prata (Londres 2012) e bronze (Rio 2016) – a seleção brasileira masculina enfrenta a Lituânia, atual campeã paralímpica, na estreia às 21h, no Makuhari Messe Hall, na capital japonesa. Brasil e Lituânia estão no Grupo A, junto com Estados Unidos, Argélia e Japão.

Esgrima

O gaúcho Vanderson Luís Chaves, de 27 anos, inicia esta noite sua terceira participação em Jogos Paralímpicos. O duelo de estreia será contra o húngaro Istvan Tarjanyi, no sabre individual, na categoria B (atletas com pouco equilíbrio e reduzida mobilidade no tronco).

No sabre feminino, Monica Santos estreia às 22h30, contra a japonesa Chisato Abe, na classe B. A atleta, que estreou na Rio 2016, tem no currículo o feito de ter sido a primeira brasileira a ser campeã em um torneio internacional, com ouro no florete e bronze na espada no Regional das Américas de 2015, em Montreal (Canadá).

Natação

As primeiras baterias da natação ocorrerão a partir das 21h35, com a prova dos 10 metros costas masculino, com o brasileiro Gabriel Geraldo dos Santos Araújo, na classe S2 (as classes vão de S1 a S11; quanto menor o número, maior o comprometimento físico-motor).

Às 21h59, Gabriel Bandeira disputa a classificatória nos 100m borboleta masculino (S 14).

Às 22h12, tem classificatória de Eric Tobeira nos 50m peito masculino (SB3).

A primeira eliminatória com brasileiros será às 22h21, nos 50m livre feminino com Laila Suzigan (S6).

Às 22h33, Mariana Ribeiro (S10) disputa a eliminatória dos 50m livre feminino

Às 22h39, ocorre a primeira bateria classificatória dos 100m borboleta masculino com Douglas Matera (S13).

Às 22h46, Lucilene da Silva Sousa disputa a classificatória nos 100m borboleta feminino (S13)D

Às 22h58, Maria Carolina Santiago compete na classificatória dos 100m borboleta feminino.

Às 23h02, o medalhista paralímpico Daniel Dias (S5) disputa a primeira eliminatória nos 200m livre masculino.

Às 23h15, tem eliminatória nos 200m livre feminino com Esthefany Rodrigues (S5).

Às 23h25, Caio Amorim Muniz de Oliveira (S8) compete na eliminatória dos 100m livre masculino.

Às 23h28 – Gabriel Cristiano Silva de Souza (S8) disputa a segunda eliminatória dos 100m livre masculino.

Ciclismo pista

A potiguar Ana Raquel Lima, de 30 anos, disputa a partir das 23h17 a qualificação na prova dos 3000m feminino, na classe C5 (menor grau de deficiência físico-motora; atletas competem em bicicletas convencionais). Ana Raquel participou da Rio 2016 como atleta do triatlo, e no ano seguinte abraçou o paraciclismo.

O evento

Neste ano, a Paralimpíada conta com 22 modalidades esportivas. Serão 539 competições no total, realizadas em 21 locais da capital japonesa. Entre as novidades, o Comitê Paralímpico Internacional incluiu no programa o parabadminton e o parataekwondo. As duas modalidades substituem o futebol de 7 e a vela, excluídos dos Jogos devido ao pequeno alcance internacional.

Voltado a participantes com deficiências físicas (de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral) e mentais, o evento terá atletas das mais diversas nações competindo na busca pela sonhada medalha.

Participação do Comitê Paralímpico Brasileiro

A delegação brasileira é composta por 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 164 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 434 pessoas. Jamais uma missão brasileira em Jogos Paralímpicos no exterior teve tamanha proporção.

Na última edição fora do país, em Londres 2012, o Brasil compareceu com 178 atletas, até então a maior. O número para a capital japonesa só é superado pela participação nos Jogos Rio 2016, já que o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades por ser país sede e contou 286 atletas no total.

Os Jogos de Tóquio reservam a possibilidade da conquista da centésima medalha dourada paralímpica na capital japonesa. Atualmente, o Brasil contabiliza 87 láureas.

Atletas de 22 estados e do Distrito Federal em 20 modalidades – exceto basquete em cadeira de rodas e rúgbi em cadeira de rodas – representarão o Brasil no Japão. Competidores nascidos no estado de São Paulo são maioria, com 60 representantes. Os naturais do estado do Rio de Janeiro vêm em seguida, com 24. Não há representantes provenientes de Amapá, Sergipe, Roraima e Tocantins.

Cerimônia de Abertura

Com o tema Ventos de Mudança, o espetáculo de abertura contou com dançarinos que representaram aviões – cada um com uma determinada deficiência e dificuldade, mas todos com a possibilidade de alçar voos. Entre eles, um especial – que usa a mente para voar.

O discurso de abertura foi feito por Seiko Hashimoto, presidente do Comitê dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Em sua fala, a ex-atleta e medalhista afirmou que “a imagem de superação de dificuldades inspira muitas pessoas e dá esperanças, principalmente no momento presente.”

Andrew Parsons, brasileiro e presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), falou em seguida e destacou que “as Paralimpíadas são uma plataforma para mudança, mas [esse momento] a cada quatro anos não é o bastante. Necessitamos fazer a nossa parte todos os dias para sermos inclusivos.”

“Diferença é uma força, não uma fraqueza. Para reconstruirmos melhor o mundo pós-pandemia, devemos ter sociedades em que oportunidades existem para todos. Com a sombra da incerteza, os atletas paralímpicos foram faróis para o mundo”, disse Parsons.

Com a delegação reduzida em virtude da pandemia, o Brasil foi representado por Petrúcio Ferreira, do atletismo, e Evelyn Oliveira, da bocha – ambos medalhistas olímpicos da Rio 2016. O Brasil contará com 290 atletas e visa ficar entre os 10 primeiros no quadro geral de medalhas.

Foto: Ale Cabral/CPB. @alecabral_ale