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Ásia

O dia em Tóquio: duas medalhas no peito para o Brasil e uma a caminho

Da Agência Brasil e da Redação

No décimo dia dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mais duas medalhas no peito para o Brasil, sendo uma na ginástica artística e outra na natação, e ainda uma que está a caminho, no boxe. Confira estas e outras emoções vividas pelos atletas brasileiros no Japão.

Boxe

O boxeador Hebert Conceição garantiu para o Brasil a segunda medalha da modalidade nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.

No início da noite deste domingo no Japão (manhã no Brasil), o atleta brasileiro derrotou o cazaque Abilkhan Amankul, por 3 a 2, pelas quartas de final, e se classificou para a semifinal da categoria até 75kg.

Na disputa por uma vaga na decisão, Hebert terá pela frente Gleb Bakshi, do Comitê Olímpico Russo, na quinta-feira, às 15h18 do Japão (3h18 de Brasília).

Ginástica artística

O Brasil pode comemorar mais um ouro nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. É de Rebeca Andrade, que fez história ao conquistar o primeiro ouro da ginástica artística feminina neste domingo, 1º, ao marcar 15.083 na prova do salto.

A ginasta se tornou ainda a primeira mulher brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição olímpica. Ela já havia conquistado a prata no individual geral.

Rebeca tem chance de aumentar a sua coleção na final do solo, que será disputada nesta segunda, 2.

Natação

O nadador Bruno Fratus encerrou a participação da natação brasileira nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 com mais um pódio. O brasileiro terminou em terceiro lugar nos 50m livre, a prova mais veloz da natação, com o tempo de 21s57, e assegurou a medalha de bronze.

O americano Caleb Dressel foi ouro, 21s07, novo recorde olímpico, e o francês Florent Manaudou levou a prata, com 21s55.

Atletismo

Era preciso chegar entre os dois primeiros na bateria para garantir uma vaga na final dos 400m com barreiras, e foi isso que Alison dos Santos fez. Largou bem, puxou o ritmo desde o início e completou a distância em 47s31, vencendo sua série e assegurando um lugar entre os oito melhores do mundo logo em sua estreia olímpica.

“Fiz uma boa corrida, tanto é que quebrei o recorde sul-americano. Não achei que o ritmo da prova estava tão bom e quero cada vez mais ir melhorando o meu resultado”, confessou Alison, que ainda falou sobre a expectativa para a final.

“O Brasil pode esperar que essa será uma das provas mais fortes e mais bonitas, não porque eu estou nela, mas porque a prova está muito forte. Vocês puderam ver hoje que o nível técnico está realmente altíssimo.”

Somente neste ano, Alison já quebrou o recorde sul-americano da prova em cinco ocasiões. Sua melhor marca até então era 47s34. Tempo que ele superou na semifinal e espera voltar a baixar na final do próximo dia 3, às 12h20 do Japão (0h20 no horário de Brasília).

Na prova mais rápida do atletismo mundial, os 100 metros rasos, Paulo André não passou das semifinais. Com o tempo de 10s31, o velocista terminou em oitavo lugar na terceira série. Agora, ele volta suas atenções para o revezamento 4x100m, cuja eliminatória está marcada para 5 de agosto.

“Minha prova foi bem estranha. Tomei um susto com o (Bingtlan) Su pulando na minha frente. Foi um tempo bem alto mesmo, eu sei. Estou processando tudo o que aconteceu, mas nossa realidade é o revezamento 4x100m, não podemos fugir disso. Tenho objetivo muito grande nos 100m, sei que o Brasil apostava muito nesses 9s, mas Jogos Olímpicos são isso. Se os 100m não permitem erro, os Jogos Olímpicos muito menos”, disse Paulo André.

Vela

Robert Scheidt finalizou sua sétima participação olímpica na oitava colocação da classe Laser. Neste domingo, dia 1º, em Enoshima, sede da vela dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o cinco vezes medalhista olímpico terminou a Medal Race em nono lugar.

Aos 48 anos, mais uma vez Scheidt chegou na regata final como um dos candidatos à medalha e, assim como no Rio 2016, por muito pouco não alcança seu sexto pódio olímpico, que o colocaria como o maior vencedor do esporte olímpico nacional em Jogos.

“Eu acho que agora estou meio frustrado, não velejei bem. Orgulho representar meu país. Sétima Olimpíada, guardo memórias de cada disputa, de cada conquista. Queria ter terminado com uma medalha, mas esporte é assim, se você não aproveita suas oportunidades os outros aproveitam. Saio com a alma lavada, com a sensação de que fiz a melhor preparação que eu podia”, afirmou Scheidt.

“Quando comecei na vela nunca imaginei que chegaria em sete participações. Foi uma história linda, aproveito para agradecer minha família, COB, CBVela, todos os fisioterapeutas, patrocinadores, meu técnico. Foi um trabalho de muitas pessoas para me colocar aqui com chances e a gente cumpriu. Esporte é assim, importante ter feito o melhor que podia”, agradeceu o velejador.

Scheidt entrou na Medal Race na sexta colocação e para chegar ao pódio precisava ganhar a regata e torcer para que seus adversários diretos tivessem um mau desempenho.

De toda forma, Scheidt mostrou que, aos 48 anos, segue sendo um atleta competitivo no cenário internacional. Ao todo, 35 velejadores participaram dos Jogos Olímpicos na classe Laser.

Scheidt ficou nas seguintes posições nas dez regatas da classe Laser disputadas nestes Jogos Olímpicos: 11ª, 10ª, 4ª, 3ª, 17ª, 5ª, 8ª, 12ª, 24ª (descarte), 16ª e 9º.

A medalha de ouro ficou com o australiano Matt Wearn, a prata com o croata Tonci Stipanovic e o bronze para o norueguês Hermann Tomasgaard.

“Comecei bem, mas após o terceiro dia comecei a cometer alguns erros não forçados. E cheguei hoje com alguma chance de medalha, mas precisando de uma matemática complexa. Não dá pra pensar em Paris (2024) agora. Na classe laser dificilmente vou continuar, é um barco que vai morar no meu coração pra sempre. Vou continuar velejando porque é o que eu amo fazer, mas em termos de Olimpíada é difícil dizer.”

Handebol

O Brasil precisava de uma vitória neste domingo (1) para avançar às quartas de final do handebol masculino. No entanto, não foi possível, apesar da luta. A seleção perdeu para a Alemanha por 29 a 25 e está fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A lesão de Ferrugem, o goleiro titular, a grande atuação do arqueiro adversário e um apagão no fim do primeiro tempo foram decisivos para a derrota brasileira.

Vôlei de praia

Ana Patrícia e Rebecca avançaram às quartas de final do torneio de vôlei de praia nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Na manhã deste domingo (noite de sábado no Brasil), elas derrotaram as chinesas Wang e X.Y .Xia por 2 sets a 0 (21/14 e 23/21), em 46 minutos, no Shiokaze Park.

As brasileiras irão disputar as quartas de final na terça, 3, contra rivais ainda indefinidas.

“Nos dois sets a gente começou um pouco abaixo, primeiro eu, depois a Ana para não dar ciúmes”, brincou Rebecca. “Mas nesse jogo a gente veio muito na questão de vibrar, de conversar e isso equilibrou o emocional. Está muito quente, e isso foi o diferencial a nosso favor. Sempre uma estar puxando a outra”, completou.

Ana Patrícia revelou que passou por um momento difícil na primeira fase da competição, ao receber a notícia da morte de um tio.

“Mexeu um pouco com meu emocional. Mas estamos aqui para jogar, não é nenhuma justificativa. Mesmo perdendo, a gente pontuava sempre, estávamos conseguindo evoluir, trazer o nosso jogo para dentro de quadra e hoje a gente estava muito confiante. Sabíamos que ia ser um jogo difícil, mas a gente acreditava no que tínhamos conversado e visto de melhora”, afirmou.

A segunda dupla brasileira em ação em Tóquio, Ágatha e Duda, despediu-se neste domingo da quadra olímpica com uma derrota para as alemãs Ludwig e Kozuch, por 2 a 1 (21/19 e 21/19).

“Óbvio que a gente está muito triste, ainda mais após uma derrota como essa. Mas nosso coração está tranquilo com relação à nossa entrega. A gente entregou nossa vida pro esporte, a gente queria muito medalhar aqui. O time foi formado falando em Tóquio. Mas um time tem que ganhar e outro tem que perder. No terceiro set, nós entramos muito fortes, e elas conseguiram sustentar, recuperaram, ficaram próximas, é mérito delas e não tem como tirar isso. Parabéns para elas e a gente vai crescer com essa derrota, Derrota também serve para isso, há um crescimento. É daqui pra frente”, afirmou Ágatha, prata nos Jogos Rio 2016.

Duda vê a derrota como chance de aprendizado no ciclo que levará a Paris 2024.

“A gente deu de tudo, fez toda a tática, a gente fez o que tinha que fazer, deu literalmente nosso melhor. Não tem o que falar, o que faltou, o porquê disso só Deus sabe. Isso vai fortalecer a gente, vamos fazer disso um aprendizado.”

Vôlei de quadra

O Brasil mostrou força e, neste domingo (1), derrotou a França na Arena Ariake por 3 sets a 2 (parciais de 25/22, 37/39, 25/17, 21/25 e 20/18).

A vaga para a fase seguinte já estava assegurada, mas o jogo entrou para a história. A partida, que durou 2h38, é a maior da história dos Jogos Olímpicos em termos de pontuação, segundo a Federação Internacional de Vôlei.

Nos cinco sets, Brasil e França somaram um total de 249 pontos, sendo 128 para os brasileiros e 121 para os franceses. O recorde era do duelo entre Itália e Iugoslávia na edição de 2000, em Sydney. Na ocasião, os italianos venceram e foram 241 pontos jogados.

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