Por Isabela Ribeiro
LĂșcia MillĂĄs Ă© dona da Escola de Ballet LĂșcia MillĂĄs e mantĂ©m tradição e qualidade no ensino da dança. AlĂ©m disso, a escola apresenta diversos espetĂĄculos na cidade.
Foto de capa: Isabela Ribeiro
Fotos: Arquivo Pessoal
A escola de Ballet LĂșcia MillĂĄs surgiu da vontade da fundadora de emancipar-se e ganhar o prĂłprio sustento. Apesar de atuar como bailarina em um curto espaço de tempo, ela carrega como recordação ter dançado no palco do Teatro Municipal de SĂŁo Paulo.
Como surgiu a escola de Ballet LĂșcia MillĂĄs?
No inĂcio, pensava na possibilidade de me emancipar, ganhar meu prĂłprio sustento e “talvez” juntar recursos para poder continuar meus estudos fora do Brasil. E assim, a escola foi começando…
Como Ă© ser um agente transformador dos alunos que passam por sua escola?
Ă bastante gratificante. SĂł fui perceber toda a influĂȘncia e transformação que a dança oferece depois de algum tempo, quando ex-alunos começaram a voltar para uma visita e contavam sobre suas experiĂȘncias fora ou dentro da ĂĄrea da dança, todos os benefĂcios e alcances que ela proporcionou ou propiciou, nĂŁo importando a profissĂŁo que acabaram abraçando.
Qual sua opinião a respeito do padrão que o ballet impÔe às meninas?
O ensino correto da arte do Ballet não impÔe padrÔes negativos. Isso vale tanto para as meninas quanto para os meninos. Hå muitos fatores positivos: disciplina, autoconfiança, autocontrole, entre muitos outros.
O que o esporte, neste caso, a dança, acrescenta ao desenvolvimento da criança e do adolescente?
O exercĂcio da dança clĂĄssica Ă©, por excelĂȘncia, o mais completo que existe. Auxilia qualquer tipo fĂsico a se desenvolver utilizando todos os sentidos, percepçÔes e sentimentos.
VocĂȘ foi bailarina? Caso sim, qual sua melhor recordação?
Fui bailarina por um curto espaço de tempo. Mudei pra SĂŁo Paulo quando ainda muito jovem e naquela Ă©poca dancei na Companhia Ballet SĂŁo Paulo, sob a direção de Halina Biernacka. Dancei em grupos e companhias menores em SP e participei como bailarina e coreĂłgrafa num grupo de dança contemporĂąnea do The Place – dentro da London School of Contemporary Dance. Uma das melhores recordaçÔes foi ter dançado no palco do Teatro Municipal de SĂŁo Paulo.
Sua escola jå fez diversas apresentaçÔes na cidade. Qual é a sensação ao ver os alunos no palco?
Ă uma mistura de diversos sentimentos que vĂŁo desde a apreensĂŁo para que tudo dĂȘ certo, atĂ© o imenso prazer e orgulho por vĂȘ-los ali.
Qual Ă© o valor que vocĂȘ mais preza no ensinamento de jovens?
Entendo que trĂȘs valores sĂŁo fundamentais: dedicação, sinceridade e positivismo.
Quais sĂŁo seus planos para o futuro?
Depois de quase 50 anos de atividades, nĂŁo tenho feito muitos planos… Tenho preferido viver cada dia e cada momento conforme as coisas vĂŁo acontecendo.
Qual foi sua maior realização ao longo dos anos em que trabalhou com a dança?
NĂŁo Ă© possĂvel destacar um momento de maior realização. Cada momento em que me senti realizada foi Ășnico.
E qual o principal desafio?
Acredito que nos dias de hoje, um dos maiores desafios é manter a escola em plena atividade, com a mesma qualidade de ensino de sempre e continuar despertando nas pessoas a vontade de dançar, de se movimentar , acreditando no nosso trabalho.
Que dica vocĂȘ dĂĄ para mulheres que tĂȘm a vontade de empreender?
Esta é uma pergunta complicada de se responder no Brasil de hoje. Se pensar em mim mesma, na época em que resolvi iniciar esta empreitada, eu diria: não pense muito, se atire de cabeça nos seus sonhos!
O que pensa sobre questÔes como o protagonismo feminino?
Esta Ă© uma questĂŁo mais atual, que nĂŁo era tĂŁo debatida quando iniciei com a escola. Hoje em dia, eu vivo, luto e tento fazer valer todos os direitos cabĂveis Ă mim. Penso que isso deveria valer para todas as pessoas, sejam homens ou mulheres.