Na chegada a Santos no trecho final da Via Anchieta, é comum – ou de praxe – alguém exclamar: “Cheguei à minha Cidade!†Ou ligar para casa informando: “Já estou no Peixe!†Esse monumento que se tornou Ãcone e patrimônio de referência e localização – a escultura O Peixe – acaba de ganhar revitalização da pintura e iluminação, realçando ainda mais a obra do designer santista Ricardo Campos Mota, o Rica. Mais do que uma escultura ousada e consagrada, representa também sentimentos de chegadas e partidas.
“Sobre esse sentimento das pessoas, de ‘O Peixe’ estar recebendo as pessoas ou se despedindo da Cidade, creio que é quase uma unanimidade. Esse sentimento não tem preço! Não foi nada organizado nesse sentido, nunca pensei que pudesse ter essa repercussão, sobretudo de ficar impresso nas pessoas, até porque sou um péssimo marqueteiroâ€, diz Rica.
O designer santista relembra que a base da ideia surgiu quando retornou de alguns anos de estudos em Torino, na Itália, em 1994. “Precisava fazer algo. Meu pai – já falecido – me cedeu uma sala no escritório de contabilidade dele para que eu fizesse meus desenhos e projetos. Foi ali que saiu ‘O Peixe’. Curioso é que a representação não tem nenhum link com o clube de futebol, que inclusive é chamado de Peixe, mas não fiz com essa direção. Fiz, sim, por causa da cidade-mar que é Santosâ€.
Originalmente, a escultura feita em aço, com 45 toneladas e 25 metros de altura, inaugurada em 1999, não seria instalada no local onde ficou conhecida. “Foi um acidente de percurso que nos favoreceu bastante. Inicialmente, ficaria numa ‘ilha’ em frente ao antigo Posto Marilu. Tanto que pensei em apenas cinco metros de altura, devido ao local. Fiz um pedido à Dersa para que me arrumasse um outro lugar; indicaram, mas pouco depois seriam erguidos viadutos… Até que surgiu o lugar definitivo, onde se tem a visualização a dois quilômetros de distância. Aumentei a escultura para 25 metrosâ€, explica.