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Edição Semanal

Audrey Kleys, “sem mimimi”

Por Isabel FransonAudrey Kleys é uma mulher que representa bem os mais nobres princípios de integração e luta das mulheres. A jornalista e, hoje, vereadora de Santos, assumiu o cargo em 2016 tendo como bandeira principal a Educação.

Sem deixar de lado as preocupações com a qualidade do Ensino e o futuro das crianças, Audrey agora se coloca à frente de outra causa fundamental: endometriose.

Procurada por representantes do EndoMulheres, a vereadora tomou conhecimento das necessidades das pacientes santistas que, no momento, não têm um hospital de referência na Baixada para tratar do problema.

Há alguns meses convivendo com o grupo e entendendo as necessidades do acesso ao atendimento pelo SUS na Baixada Santista, Audrey trabalhou para ampliar a divulgação do tema.

Em entrevista à Mais Santos, a vereadora comemora a primeira conquista da causa: a EndoMarcha, caminhada que acontece no próximo sábado (30) na orla do Boqueirão, em Santos.O que é a EndoMarcha? 

Será uma caminhada seguida de palestras e conversas entre mulheres inspiradoras, que sofrem dessa doença. Obviamente que tantas outras podem participar, inclusive homens, que queiram mostrar união à causa. O legal desse evento é que ele acontece simultaneamente em 70 países do mundo inteiro. O objetivo é conscientizar a população sobre a doença e também chamar a atenção das autoridades de saúde para a importância do diagnóstico e um atendimento digno.

Como é a situação dessas pacientes aqui na Baixada? 

Por enquanto, não há nada para atendê-las. Não existe tratamento no SUS e muito pouco no sistema particular. Na Região, 50 mil mulheres sofrem com endometriose. E quem entra na fila do Cross (Centro de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) tem de esperar, em média, 4 anos para ser transferido para São Paulo e outras regiões com mais oferta de atendimento.

Qual são as implicações físicas, psicológicas, emocionais e sociais? 

A doença acontece quando o endométrio, camada que reveste o útero, começa a nascer em outras partes do sistema reprodutor, como ovário, tubas uterinas ou até no intestino. Devido a isso, a mulher sente muita dor e praticamente o tempo todo. Essa dor constante passa a interferir no emocional e psicológico da mulher, que sofre muito, fica triste, mal humorada e, em alguns casos, até depressiva. Muitas não conseguem trabalhar e acabam perdendo o emprego. A situação também afeta as famílias, já que filhos e maridos acabam sofrendo junto.

A sociedade já entendeu que é uma doença séria?
Ainda não. Ainda é tratado como se fosse um “mimimi”, uma frescura. E não é. Precisamos mostrar ao mundo que não é à toa. No mundo todo, várias atrizes se envolveram nessa campanha, tentando dar uma luz à causa.

Em Santos, o que você já conseguiu? 

Conseguimos o envolvimento do secretário de Saúde da cidade e também estamos em contato com o Ministério da Saúde, onde já fizemos inúmeras reuniões. Em Brasília, não se tinha ciência de que faltam investimento desse tipo na Baixada. Agora, já temos promessas concretas de que ganharemos um centro de atendimento para essas mulheres no Hospital dos Estivadores.

Como será a ação do próximo sábado (30)? 

O ponto de encontro é na praia, em frente à Avenida Conselheiro Nébias, às 9 horas. Às 10 horas, começamos a marcha rumo à Concha Acústica. Lá serão realizadas as atividades e palestras, também com show da cantora Didi Gomes.

Somente mulheres inscritas podem participar?

Pelo contrário! Quanto mais envolvidos, melhor. Em termos de inscrição, já atingimos as trezentas mulheres, que eram o objetivo inicial. Mas fomos procuradas por muitas outras – e muitos homens – que querem participar. Estamos pedindo que o pessoal vista camiseta amarela, que é a cor oficial da campanha.

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