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Em artigo, secretário da Justiça de São Paulo fala sobre o Dia do Nordestino

Confira o artigo escrito por Paulo Dimas Mascaretti, secretário de Estado da Justiça e Cidadania de São Paulo, sobre o Dia do Nordestino, comemorado hoje.

Triste realidade

Esta sexta-feira, 2 de agosto, marca os 30 anos da morte do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, um dos personagens mais importantes da Música Popular Brasileira. O Rei do Baião retratou como poucos a cultura, a religiosidade e os problemas sociais do Nordeste. Na música Triste Partida, do poeta cearense Patativa do Assaré, Gonzaga cantou as dificuldades enfrentadas pelo nordestino obrigado a deixar sua terra natal para buscar novas oportunidades em São Paulo. Alguns versos apresentam a seguinte narrativa: “Nós vamos a São Paulo viver ou morrer. Nós vamos a São Paulo que a coisa tá feia por terras alheias nós vamos vagar. Meu Deus, meu Deus. Se o nosso destino não for tão mesquinho cá e pro mesmo cantinho nós torna a voltar”.

No dia do aniversário da morte do cantor, São Paulo comemora o Dia do Nordestino. A data foi incluída no Calendário Turístico do Estado, por meio da Lei nº 8.441/1993, para homenagear os nordestinos que migraram em busca de novas oportunidades. O Estado é o principal destino de migrantes vindos do Nordeste. Em 2015, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, eles eram 5,6 milhões, ou seja, mais de 12% da população paulista.

Desde o início do fluxo migratório para o Sudeste, por volta da década de 1950, São Paulo tem acolhido o povo nordestino, gente carismática e trabalhadora. Em contrapartida, esses migrantes colaboraram e continuam a contribuir com o desenvolvimento econômico do maior Estado do Brasil.

O Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Nordestina (Copane), vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania, articula, propõe e monitora as políticas públicas que visam a garantir a defesa dos direitos da comunidade nordestina em São Paulo. Também promove ações para eliminar qualquer forma de discriminação, que deve ser repudiada com veemência contra qualquer migrante.

Nesta sexta-feira e nos próximos dias, o Copane promoverá uma série de ações para homenagear os nordestinos, inclusive com a entrega da Medalha Luiz Gonzaga a 18 personalidades civis e militares, instituições públicas e privadas que se destacam na luta pelos direitos do nordestino em São Paulo.

A honraria paulista homenageia um dos grandes expoentes da cultura pernambucana, mas além de Luiz Gonzaga outra centena de nordestinos colaborou para divulgar e valorizar o pensamento e a arte do povo brasileiro em todo o mundo. A lista é imensa, mas atrevo-me a citar alguns nomes, como o intelectual Ruy Barbosa, o educador e filósofo Paulo Freire, o lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, os escritores Jorge Amado, Augusto dos Anjos, Castro Alves, Gilberto Freyre, José de Alencar, Rachel de Quei