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Brasil / Cotidiano

Ser PAI

Da Revista Mais Santos

A ideia de comemorar o Dia dos Pais surgiu nos Estados Unidos, no ano de 1909, quando Sonora Louise Smart Dood, filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, resolveu homenagear seu pai.

Em 1910, com a ajuda de uma entidade de jovens cristãos de sua cidade, Sonora enviou à Associação Ministerial de Spokane, em Washington, a sua petição para que a data se tornasse oficial. Assim, o primeiro Dia dos Pais foi comemorado no dia 19 de junho de 1910, aniversário do pai de Sonora.

No Brasil, as primeiras comemorações do Dia dos Pais datam do início da década de 1950. Em 14 de agosto de 1953, o publicitário Sylvio Bherinh preparou um concurso para homenagear três tipos de pais: com maior número de filhos, o mais jovem e o mais velho. Na ocasião, foram premiados um pai com 31 filhos, outro com 16 anos e, por último, um pai com 98 anos.

Várias entidades da imprensa reuniram-se para promover o evento, o que causou grande repercussão. Após a realização do concurso, o Dia dos Pais no Brasil passou a ser comemorado no segundo domingo do mês de agosto, como permanece até hoje.

Com a crônica produzida pelo presidente da Academia Santista de Letras, Eustázio Alves Pereira Filho, a Revista Mais Santos presta homenagem aos pais.

A maravilhosa beleza de ser pai

Ser pai é condição tão sagrada que Deus, de todos os outros títulos que poderia ter usado, ELE escolheu ser chamado, â€PAI†e sua utilização do nome “Pai†é uma lição para todos, ao passarmos a compreender o que mais importa nesta vida.

A paternidade é um privilégio sagrado e, dependendo da fidelidade, pode ser uma bênção eterna. Receber a dádiva de se tornar pai é perceber-se imensamente abençoado.

Não se nasce pai, torna-se pai. E tornar-se pai é algo que emociona. Ser capaz do milagre de gerar a vida, ser co-criador com Deus é vivenciar uma alegria indescritível; é fazer parte dessa prazerosa incumbência que é educar, formar, amar gratuita e incondicionalmente, sem nada querer em troca a não ser o forte sentimento gratificante e inigualável.

É naturalmente maravilhoso. A mãe e a criança são fortemente ligadas. Primeiro acolhe no útero e depois em seu seio. É a natural cumplicidade de quem lhe deu a luz; intimidade única de nove meses. O pai põe um limite na ligação entre ambas, sem quebrar essa união. É a segunda expressão de amor que a criança sente e começa assimilar. O pai chega para acrescentar amor e iniciar na vida do pequeno ser, o crescimento da virtude do equilíbrio (na verdade, também o inicio do seu crescimento enquanto pai), iniciar o contato social de forma mais segura e proporcional.

Muito positivo que se perceba mais, a cada tempo, a evidência de que quanto mais ativa for a participação do pai na criação do filho ou da filha, mais fortalece sua vida individual e social, além de facilitar a conquista de segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional. A função paterna é fundamental para o desenvolvimento, um sustentáculo afetivo, desde os primeiros anos da vida.

Ser pai é acolhida, entrega, paciência, dedicação; é altruísmo e empatia; é estímulo ao pertencimento. Mais do que co-criar a vida, a paternidade significa estar presente e atento em todos os momentos, apoiando no percurso, à superação das dificuldades, diante aos inevitáveis obstáculos, até festejarem juntos as conquistas.

Ser pai ou mãe é provavelmente um dos papéis mais maravilhosos, mas também mais difíceis que podemos ter. Que possamos prosseguir envolvidos, solidários, sólidos e unidos. Carinhosos e encorajadores. Que sejamos estimuladores do pertencimento.

Hoje, dia especial de homenagem, dia de reflexão e gratidão. A gratidão desbloqueia a abundância da vida. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o presente e cria uma visão para o amanhã. Que cada qual possa agradecer pela importante base do primeiro lar. Agradecer ao pai referência, aquele que significou realmente paternidade, quer o pai-avô, o pai-tio, o pai-padrinho, o pai-melhor amigo ou ainda agradecer pela saudade e forte lembrança que alimenta eternamente a alma e que transborda o coração. Enfim, agradecer a quem merece de verdade, por assumir esse papel como ninguém.

Nós pais, agradeçamos hoje pelo dom da paternidade. Que possamos tomar como exemplo, José, escolhido por Deus para pai adotivo de Jesus. Homem honrado e de fé (“fé a certeza das coisas que não se veemâ€, segundo o apóstolo Paulo), guiado por sonhos e pela prática do amor incondicional. No papel de pai, viveu o ordinário, no cotidiano do Filho, facilitando ao mundo o extraordinário. Fortaleza, firmeza de caráter e docilidade.

Feliz dia dos pais!

Eustázio Alves Pereira Filho
Psicólogo Clínico/Psicoterapeuta
Escritor
Presidente da Academia Santista de Letras

Foto: Reprodução