Por Alexandre Piqui

As Hepatites Virais são doenças silenciosas, pois não apresentam sintomas. Por isso, as campanhas de prevenção e orientação são importantes. Esse trabalho começa em Santos, a partir desta terça-feira (02). É quando se dá início as atividades do Julho Amarelo.

Nos dias 02, 03 e 04 de julho no Ambulatório Médico de Especialidades (AME), haverá testes gratuitos de Hepatite C. É tudo de graça, rápido e não dói explica o presidente do Grupo Esperança, Jeová Pressin Fagoso. “Se caso algum resultado der positivo, a pessoa será encaminhada imediatamente para o ambulatório de especialidades para comprovar o diagnóstico�, orienta.

A unidade fica na Avenida Epitácio Pessoa esquina com a Rua Alexandre Martins na Aparecida. O atendimento acontece das 08 às 12 e das 13 às 16h.

Santos se tornou referência no combate às hepatites quando em 2015 uma lei foi sancionada instituindo o Julho Amarelo. Em janeiro deste ano, o mês de conscientização foi incluído no calendário nacional após aprovação do Congresso Nacional.

Hepatites Virais

De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado em 2018, de 1999 a 2017, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 587.821 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 164.892 (28,0%) são referentes aos casos de hepatite A, 218.257 (37,1%) de hepatite B, 200.839 (34,2%) de hepatite C e 3.833 (0,7%) de hepatite D. Na região Sudeste verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 35,2% e 60,9%, respectivamente.

De 2000 a 2016, foram identificados, no Brasil, pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 66.196 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais dos tipos A, B, C e D. Desses, 1,7% foram associados à hepatite viral A; 21,4% à hepatite B; 75,8% à hepatite C e 1,1% à hepatite D.

Hepatite C

A prevalência de diagnósticos positivos desta doença é de pessoas acima de 40 anos. Para Jeová, isso tem uma explicação. “Isso é pelo fato da Hepatite C ter sido descoberta em 1989 e os testes só terem iniciado em 1993. Antes desta época, não era possível detectar quem tinha sido contaminado�, revela. No levantamento do Ministério da Saúde, de 1999 a 2017, foram notificados no Brasil 331.855 casos de Hepatite C; 63,2% destes ocorreram no Sudeste.

Transmissão da doença

*Transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis

*Hemodiálise: alguns fatores aumentam o risco de aquisição de hepatite C por meio de hemodiálise, tais como desinfecção inadequada de todos os instrumentos e superfícies ambientais.

*Acupuntura, piercings, tatuagem, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos: qualquer procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de transmissão desse vírus.

*A prática do uso de droga inalada com compartilhamento de canudo também pode veicular sangue pela escarificação de mucosa.

*Relacionamento sexual sem camisinha

*Transmissão vertical e aleitamento materno: a transmissão do vírus da hepatite C durante a gestação ocorre em menos de 5% dos recém-nascidos de gestantes infectadas por esse vírus.

*Transplante de órgãos e tecidos: o vírus HCV pode ser transmitido de uma pessoa portadora para outra receptora do órgão contaminado.